Venezuela 2014: Agenda energética para todos

A indústria petroleira venezuelana, peça chave na economia nacional, concentrou esforços no ano de 2014 para a conformação de uma agenda energética capaz de garantir a política de inclusão social do governo.

Apoiado nas comprovadas reservas de 298 bilhões de barris – as maiores do mundo -, o setor garantiu durante o ano a continuidade de ações para aumentar o financiamento e os negócios com empresas estrangeiras de primeira linha.

Dessa forma, o acordo de operações permitiu atingir uma cifra próxima aos 10 bilhões de dólares em compromissos de investimento e aporte de capital, necessários para o desenvolvimento dos planos de exploração e produção.

Também as reservas comprovadas de gás natural na Venezuela chegaram a 197 trilhões de pés cúbicos, ao incorporar 2,3 bilhões de pés cúbicos.

Os volumes adicionais que se somaram já foram aprovados pela resolução do Ministério de Petróleo e Mineração, difundida através do Diário Oficial.

As novas reservas provêm de áreas tradicionais, nas cidades de Maracaibo, Maturin, Barcelona e Barinas, bem como da Faixa Petrolífera do Orinoco.

Cabe mencionar que a Venezuela é o oitavo país do mundo com maiores reservas comprovadas de gás natural e o primeiro na América Latina, além de liderar a existência de petróleo no planeta.

A estatal Petroleos de Venezuela (PDVSA) destacou o potencial da Faixa do Orinoco, pois tem a maior fonte de reservas de hidrocarbonetos líquidos do mundo, com uma extensão de 55.314 quilômetros quadrados e uma área de exploração atual de 11. 593 quilômetros quadrados.

No plano de crescimento contínuo dessa região se contempla a instalação de dois complexos industriais, seis melhoradores, duas centrais termoelétricas e sete novas empresas mistas.

Ademais, serão acrescentadas cinco bases petrolíferas industriais e duas refinarias, com instalações vinculadas às atividades de extração, prospecção, refino e melhoria do petróleo.

Toda a estratégia nesse âmbito se sustenta na política de plena soberania petroleira, lançada por iniciativa do falecido presidente Hugo Chávez, que devolveu ao povo a soberania sobre um enorme potencial de hidrocarbonetos que deixou de servir aos interesses das grandes multinacionais.

Daí precisamente a capacidade do governo para garantir os recursos indispensáveis ao desenvolvimento do país, ao que se acrescenta o respeito à matéria produtiva prevista no marco da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

Com essa premissa, a chancelaria venezuelana ativou um programa de contatos com vários dos produtores que integram a Opep, bem como os independentes, em um esforço para conseguir a estabilidade das cotações no mercado internacional.

Com esse objetivo o titular de Relações Exteriores, Rafael Ramírez, realizou um giro que incluiu conversações com as autoridades do Catar, Irã, Argélia, México e Rússia, entre outros países petroleiros.

Caracas considera aceitável uma cotação em torno dos 100 dólares por barril, com a qual se garante também a execução dos diversos projetos de prospecção e exploração que se encontram em desenvolvimento.

Entre os acontecimentos de maior relevância no ano, um lugar especial correspondeu à decisão favorável para a Venezuela emitida pelo Centro Internacional para a Arbitragem de Disputas sobre Investimentos (Ciadi) no litígio que o país mantinha com a companhia estadunidense Exxon Mobil.

A referida organização fixou em um 1,6 bilhão de dólares a compensação que a citada empresa deverá pagar, significativamente inferior aos aproximadamente 20 bilhões de dólares reclamados pela nacionalização dos projetos Cerro Negro e La Ceiba.

Dessa forma, o Ciadi determinou um montante razoável e reconhece o direito do país de decidir soberanamente sobre seus recursos naturais, bem como sua boa fé para compensar os ativos expropriados.

Para o ano de 2015, os planos da PDVSA apontam manter os atuais níveis de produção, próximos aos três milhões de barris, assim como criar novas capacidades que permitam responder a qualquer conjuntura.

A exportação está prevista em 2,5 milhões de barris diários, no entanto o mercado interno receberá um volume de 766 mil tonéis por dia, com a meta de reduzi-lo através do aumento da produção de gás.

Da sucursal da Prensa Latina na Venezuela