Estudantes peruanos protestam contra nova lei de emprego
A juventude peruana se mobiliza nesta segunda-feira (22) contra uma nova lei de emprego que restringe direitos aos trabalhadores de 18 a 24 anos. Esta é mais uma, de uma série de manifestações porque o governo, apoiado pelos empresários, não cede às reivindicações populares.
Publicado 22/12/2014 11:57

Diversas organizações estudantis convocaram a mobilização já na sexta-feira (19), e pretendem fazer uma manifestação ainda maior que a última realizada pelo mesmo motivo, na quinta-feira (18), que foi a maior dos últimos anos no país.
Os organizadores da marcha pedem a anulação da lei, a qual dá às empresas o direito de contratar jovens com um salário mínimo e com férias anuais de 15 dias, sem a totalidade de direitos que têm outros trabalhadores.
Omar Chacón, dirigente estudantil da Universidade Mayor de San Marcos, a principal do país, disse que os manifestantes vão marchar até o Congresso da República e ao Palácio do Governo, mesmo com a proibição de manifestar-se nessas imediações.
O ministro do Interior, Daniel Urresti, assegurou que a marcha terá plenas facilidades e que tem um plano para evitar que infiltrados provoquem incidentes violentos como os que foram registrados na primeira manifestação de forma isolada.
Sem se pronunciar sobre a intensão dos manifestantes de chegar aos palácios presidencial e legislativo, Urresti afirmou em uma mensagem pela internet que “na democracia se permite os protestos, mas sem violência” e que a polícia “tem ordens de não provocar, nem atacar os jovens”.
Entretanto, o ministro neoliberal da Economia, Alonso Segura, afirmou na noite deste domingo (21) que “não há marcha atrás”, e na nova lei trabalhista juvenil vai “contribuir para melhorar o futuro deste setor da população”.
Recordou que o Congresso aprovou, por ampla maioria, a lei e lamentou que por razões políticas e cálculos eleitorais, algumas bancadas tenham mudado seu posicionamento e planejem eliminar ou modificar a norma, diante do rechaço anunciado.
Segura afirmou que se essas bancadas pretendem anular a lei, será responsabilidades delas ter “atuado contra os jovens” por objetivos políticos e eleitorais.
O ministro indicou que no Peru há dois milhões e meio de jovens de 18 e 24 anos, dos quais menos de 10% estão adequadamente empregados com todos seus direitos e 25% em micro e pequenas empresas, apenas com alguns benefícios.
“A maioria, 65% são desempregados, subempregados ou independentes, carentes totalmente de direitos e é para eles que foi criada esta lei”, disse.
Os críticos à matéria afirmam que os empresários vão usar a lei para repovoar as empresas com trabalhadores jovens que serão demitidos quando atinjam a idade de ter garantia de todos os direitos para iniciar um novo ciclo de contratação com precariedades.
Fonte: Prensa Latina