Argentina reformará serviços de inteligência, anuncia presidenta

Em mensagem em cadeia nacional de rádio e televisão, a presidenta da Argentina Cristina Kirchner anunciou nesta segunda-feira (26) que mandará para o Congresso um projeto de lei que cria a Agência Federal de Inteligência que substituirá a Secretaria de Inteligência em seu país.

Cristina

O objetivo da presidenta argentina é democratizar a inteligência através de uma grande reforma para "resolver uma dívida antiga da democracia”.

Desde dezembro passado, a chefe de Estado reajustou a Secretaria de Inteligencia (Side) e novos controles foram deslocados, como chefes e subchefes das mais variadas direções da agência no que parecia ser o início de seu realinhamento.

Mas uma queixa contra o Executivo, ligada a elementos desarticulados da agência e, aparentemente destinada a gerar uma estridência midiática foi usada por forças de oposição ao governo e precipitou a necessidade desta reforma.

Na noite desta segunda-feira (26), a presidenta propôs a dissolução da Side e da criação de uma nova agência, a Agência de Inteligência Federal, onde em breve enviará um projeto para o Congresso, que convocou sessão especial no dia 1º de fevereiro com o intuito de acelerar o debate.

Em 14 de janeiro deste ano, o promotor Alberto Nisman que estava investigando por 10 anos o ataque em 1994, à associação judaica Amia lançou a denúncia sem força legal ou afronta contra a presidenta argentina, o ministro das Relações Exteriores e outros funcionários.

Nisman denunciou que tentaram encobrir o suposto envolvimento do Irã no atentado da Amia em troca de petróleo. A oposição desencadeou um escândalo na mídia e, de repente o procurador foi encontrado morto, o que acrescentou mais um condimento à oposição estridente.

A respeito à essa denúncia, a presidenta alertou que “nenhum advogado, ou um juiz poderia acreditar que o documetno foi escrito por um advogado ou muito menos por um procurador”.

Imediatamente veio à tona que Nisman seguiu as instruções e foi alimentada pela informação que forneceu de Antonio Stiusso, conhecido como Javier, que foi desde dezembro chefe de operações de contra-espionagem.

E este, por sua vez respondeu a linha traçada pela CIA, como confirmou os documentos divulgados pelo Wikileaks em 2011, lembrou a presidenta, que apontou ainda a origem da imputação de parte dessa vinculação Stiusso – Nisman e rejeição do Memorando de Entendimento com o Irã.

No discurso dirigido à nação, Cristina Kirchner, também enfatizou a necessidade de reformar o sistema judicial para ser verdadeiramente independente, democrático e transparente.

Com informações da Prensa Latina