Dieese aponta aumento do desemprego e do rendimento no DF
A taxa de desemprego no Distrito Federal aumentou em fevereiro em comparação com janeiro deste ano, passando de 12% para 12,3%, anunciaram, quarta-feira (25), o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) e a Secretaria do Trabalho. Ao todo, 184 mil pessoas estão sem trabalho na capital. No mês anterior, esse número era de 181 mil.
Publicado 26/03/2015 09:56 | Editado 04/03/2020 16:38

Para a coordenadora do estudo, Adalgiza Amaral, o índice de fevereiro segue a tendência da série histórica registrada pela Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED). “Após o aquecimento do comércio — um dos principais setores da economia no DF —, com as contratações temporárias no final do ano, a tendência é que funcionários saiam desses trabalhos e gerem elevação no desemprego. O aumento deve seguir e ser maior em março, quando praticamente todos os postos temporários são extintos”, explicou.
A pesquisa revelou também que o rendimento médio real dos ocupados e dos assalariados cresceu de R$ 2.659 para R$ 2.729 e de R$ 2.795 para R$ 2.857, respectivamente. O dos autônomos passou de R$ 1.809 para R$ 1.830. Sete mil postos de trabalho foram fechados em fevereiro no DF. O setor mais prejudicado foi o da indústria da transformação, com redução de 5,8%, seguida pelo de construção, com menos 5,3%. Os setores de serviços e de comércio e de reparação de veículos automotores e motocicletas ficaram estáveis. Na esfera privada, houve uma retração na quantidade de carteiras assinadas (-0,8%), de pessoas sem carteira (-2,1) e de autônomos (-3,2%).
O setor público apresentou resultado positivo: abriu 5 mil novas vagas de emprego em fevereiro, aumento de 1,8%. "Ainda é o carro-chefe do DF", afirmou o pesquisador e geógrafo da Codeplan Aldo Paviani.
Para o secretário-adjunto do Trabalho, Alan Ferreira, o desemprego “tende a crescer, por causa da falta de investimentos do governo federal e da situação do Distrito Federal".
Segundo Adalgiza, a média do desemprego noo DF é maior do que a apontada por pesquisas nacionais. Ela credita esse fato à área metropolitana do Distrito Federal e Goiás. "Temos uma influência da região metropolitana. As pessoas que moram fora por falta de condições acabam pressionando o emprego aqui porque ainda tem mais ofertas de trabalho. Elas não são computadas nesse estudo."
O estudo divide a população do DF em três grupos de acordo com o nível de renda, e o desemprego subiu em todas elas. O mais afetado foi o de regiões de renda mais alta (Brasília, Lago Sul e Lago Norte). Em janeiro a taxa de desemprego foi de 5,8% e agora é de 6,3%.
O desemprego nas regiões de renda mais baixa (Brazlândia, Ceilândia, Samambaia, Paranoá, São Sebastião, Santa Maria e Recanto das Emas) aumentou 0,1%. Mesmo assim, ela é 15%, maior do que a média registrada em toda a capital.
A desocupação no grupo de pessoas com renda intermediária (moradores do Gama, Taguatinga, Sobradinho, Planaltina, Núcleo Bandeirante, Guará, Cruzeiro, Candangolândia e Riacho Fundo) passou de 9,5% para 9,8%.
A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) começou a ser feita na capital em 1992 e foi interrompida entre outubro de 2013 e outubro de 2014 devido a “problemas no processo de licitação”, de acordo com a Secretaria de Trabalho. Por essa razão, não há dados de desemprego de fevereiro do ano passado no DF. O estudo divulgado nesta quarta foi realizado em 2,9 mil domicílios, entre o 1º e o 25º dia útil de fevereiro.