Cuba e EUA dialogam sobre direitos humanos

Cuba e os Estados Unidos iniciaram, em Washington, um diálogo sem precedentes sobre os direitos humanos que pretende abordar questões como a democracia, os sistemas políticos e a adesão aos instrumentos internacionais.

Embaixadora de Cuba na ONU e membro da delegação que está nos EUA, Anayansi Rodriguez

A delegação da ilha é encabeçada pelo diretor-geral adjunto de Assuntos Multilaterais e Direito Internacional do Ministério das Relações Exteriores, Pedro Luis Pedroso, enquanto a anfitriã é presidida pelo secretário-adjunto para Democracia, Direitos Humanos e Trabalho, Thomas Malinowski.

O encontro faz parte das discussões relacionadas a questões de interesse mútuo, em paralelo com o processo para a restauração das relações diplomáticas e a abertura de embaixadas, ativado após a aproximação entre os dois países e anunciado em dezembro pelos presidentes Raúl Castro e Barack Obama.

“Apesar das profundas diferenças, esperamos uma troca construtiva de critérios caracterizada pelo completo respeito pela igualdade e pela soberania, independência e não-ingerência nos assuntos internos”, disse na semana passada Pedroso, em uma coletiva de imprensa, em Havana.

Também na semana passada, a embaixadora de Cuba na ONU e membro da delegação que está nos EUA, Anayansi Rodriguez, confirmou a disponibilidade das Grandes Antilhas de conversar sobre qualquer problema com os Estados Unidos, incluindo os direitos humanos.

Pelo lado dos EUA, o porta-voz do Departamento de Estado, Jeff Rathke, disse na sexta-feira (27), que as negociações fazem parte da abordagem bilateral, que nos últimos dias teve a sua expressão em fóruns sobre o acesso à tecnologia da informação e comunicações.

“Este é mais um elemento para promover o diálogo com Cuba”, disse a jornalistas.

Rodriguez destacou que Cuba tem obtido bons resultados na promoção e proteção dos direitos humanos, e contribuição com outras nações, a partir de programas de colaboração em áreas como saúde, educação, cultura e esporte.

Enfatizou também as preocupações sobre a situação dos direitos humanos nos Estados Unidos, "que não são apenas nossas, mas da própria sociedade norte-americana e da comunidade internacional."

Fonte: Prensa Latina