Para Angola, ainda falta paz nos países africanos

O ministro angolano de Relações Exteriores, Georges Chikoty, reconheceu que a região dos Grandes Lagos está longe de encontrar a paz total e mencionou como exemplo a crise pré-eleitoral que existe hoje em Burundi.

Ministro angolano de Relações Exteriores, Georges Chikoty

"Ainda que a harmonia geral na região se perceba distante, o trabalho conjunto da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (CIRGL) constitui uma importante via para encontrá-la", disse Chikoty na reunião extraordinária do comitê de ministros de Defesa do organismo.

Durante sua intervenção também fez alusão ao recente ataque terrorista no Quênia, que custou a vida de mais de 140 pessoas, aos protestos em Burundi que registram 18 mortes desde o dia 26 de abril, e o refúgio de centenas de cidadãos a países vizinhos.

Tendo em conta os últimos acontecimentos na República Democrática do Congo (RDC), considerou que o panorama ali tende a se agravar e qualificou de frágil a situação que impera no Sudão do Sul e na República Centro-Africana (RCA).

Em relação a esta última nação, o chefe da diplomacia angolana afirmou que houve congratulações dos representantes da CIRGL pelo foro que foi realizado de 8 a 11 de maio em Bangui, capital centro-africana, entre as diferentes forças políticas.

Ele anunciou que Angola, na presidência temporária da CIRGL por dois anos (assumiu em janeiro de 2014), acolherá na próxima segunda-feira (18) uma cúpula de chefes de Estado e Governo da Conferência.

Convocou por outro lado os Estados membros da organização para que cumpram com suas contribuições financeiras para "levar a bom termo" os projetos da CIRGL.

"Com as contribuições se dará maior força e dinamismo a nossos desafios, que como vemos não são poucos", pontuou.

A reunião extraordinária em Luanda analisou a atual situação de paz e segurança na região, e fez referência em especial à ameaça de terrorismo na região dos Grandes Lagos.

Este foro ministerial foi antecedido de outro com os chefes militares das Forças Armadas de países membros da CIRGL.

Integram a Conferência, criada em 1994, Angola, Burundi, RCA, República do Congo, RDC, Quênia, Uganda, Ruanda, Sudão, Sudão do Sul, Tanzânia e Zâmbia.

Fonte: Prensa Latina