PCdoB mantém sua identidade e sua força, diz Sorrentino no Recife 

Em sua intervenção, Walter Sorrentino avaliou a atuação e o papel do PCdoB no atual contexto político brasileiro. Para ele, mesmo convivendo com forças de esquerda poderosas, o PCdoB mantém "sua identidade, sua independência e sua força própria". "Mas, o tema da identidade do lugar político é o verdadeiro tema da disputa política por rumos justos da política brasileira, pela afirmação da nação, pelo fortalecimento do estado nacional, pelo aprofundamento da democracia. Ou seja, essa é uma luta estratégica", explicou.

Resistir e avançar

Para o vice-presidente estadual do partido, Marcelino Granja, o Brasil vive um momento de dificuldade política e econômica que pode piorar. "Tanto do ponto de vista econômico, podemos ter uma recessão, há sinais de que podemos sair da estagnação para a recessão, como do ponto de vista político caso, por exemplo, haja a fusão do PSB com o PPS, que é ruim para o país e para Pernambuco. Então, a situação está ruim, complicada, adversa, em plano internacional e nacional e ainda pode ficar pior", avaliou.

Marcelino destacou ainda que nas atuais circunstâncias, o problema do partido é a existência do próprio partido. "Esta é a hora de teste do partido revolucionário. Nós temos de nos arriscar. Ou nos arriscamos, ou somos ousados, ou vamos ser varridos, vamos ser engolidos, nós vamos deixar de jogar o nosso papel, vamos virar uma agremiação de diletantes e não de um partido político revolucionário", alertou.

Segundo ele, "a questão central da afirmação de nossa identidade é em primeiro lugar reconhecer a gravidade da situação política, saber o que está em jogo nessa transição e a possibilidade real da transição entre o neoliberalismo e um modelo nacional-desenvolvimentista, vitoriosa sob todos os aspectos, ser interrompida".

Apoio crítico

"Sem tirar um milímetro de nossa postura correta de defesa do governo Dilma, nós, como partido, estamos devendo ainda uma opinião mais clara sobre o ajuste fiscal. Outro dia, a professora Tânia Bacelar me disse que o ajuste é necessário, mas que não aprovava a elevação dos juros, pois, segundo ela, este não é o momento", afirmou o vice-prefeito do Recife e dirigente nacional comunista, Luciano Siqueira, em sua intervenção.

Sobre a identidade partidária, Luciano lembrou que o partido nunca pôs em dúvida que integrava uma frente, mas sem perder a identidade e sem abrir mão de opiniões de fundo. "No documento da 9ª Conferência, quando a gente afirma a nova tática do partido para a assunção de Lula à Presidência, desde lá a nossa posição, nessas circunstâncias é, ao mesmo tempo, propositiva e crítica. Nos três governos, dois de Lula e um de Dilma, bem como neste agora, nós nunca abrimos mão de opiniões críticas, sobretudo, sobre a política macroeconômica, além de uma série de outras intervenções. Sobre isso não há dúvida", ressaltou.

Chapa própria

A presidenta do Comitê Municipal do Recife, Antonieta Trindade, por sua vez, comentou a intenção do partido de apresentar chapa própria na eleição para vereador do Recife em 2016, bem como a estratégia que o CM vem adotando para a disputa. Antonieta também avaliou o desempenho do PCdoB na Capital, com destaque para os resultados das eleições para reitor da UFPE, que, segundo ela, "nos rendeu uma boa posição".

Ainda neste contexto, Antonieta destacou a vitória do companheiro Pedro Falcão, recentemente eleito reitor da Universidade de Pernambuco, bem como a nomeação da camarada Auxiliadora Campos como diretora do Campus Mata Norte, da UPE. "Essas são batalhas que nós vencemos, dentro do nosso esforço de fortalecer as ideias do partido no meio intelectual e entre os trabalhadores".

Audicéa Rodrigues, com informações de Inamara Mélo
Do Recife