"A oposição deve evitar julgamentos apressados", alerta Luciano 

Em entrevista à Rádio FolhaPE nesta terça-feira (19), o vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira, disse que a decisão da oposição na Câmara Municipal e na Assembleia Legislativa do estado de fiscalizar as eventuais obras paralisadas na cidade não incomoda o governo. "A oposição cumpre o papel que lhe cabe, mas deve evitar os julgamentos apressados", alertou. 

"A oposição deve evitar julgamentos apressados", alerta Luciano - Foto: Folha de Pernambuco

"Claro que estamos nos aproximando das eleições municipais e é claro que até a bancada estadual da oposição está olhando para o Recife. Eu acho natural que fiscalizem. Tudo que se faz de bom ou de ruim agora, eventualmente, pode ter desdobramentos nas eleições. Inevitavelmente. Isso não quer dizer que seja oportunismo, que se queira 'forçar a barra'. Mas, penso que os vereadores e deputados da oposição devem evitar os julgamentos apressados. Eu quero ouvir o pronunciamento e a crítica que vão formular após essas vistorias. Porque é muito simples dizer que tal obra está atrasada e é ineficiência da gestão", avaliou.

Para o vice-prefeito, “quem já esteve no governo – e o deputado e líder da oposição,Silvio Costa Filho (PTB) já foi secretário de Estado -, sabe que entre a decisão política, alocação de recursos, processo licitatório e a execução do projeto há um conjunto de variáveis que podem contribuir para a maior celeridade da realização do projeto ou para eventuais atrasos”.

Luciano lembrou ainda que neste momento não se trata de colocar culpa no governo federal. "Sendo assim nós vamos colocar a culpa na crise do capitalismo mundial. Seria insensato, não seria justo, desconhecer que todas as prefeituras do país, os governos estaduais enfrentam dificuldades neste instante e diminuem o ritmo na execução de suas obras e seus projetos essenciais, por conta do contingenciamento de recursos. Ninguém faz nada no país que não seja, no caso do município, com o apoio de recursos federais, com contrapartidas, também estaduais e ainda, às vezes, contratando empréstimos em agências financeiras internacionais, como o Banco Mundial”, explicou.

Segundo ainda o gestor, este é um momento de contração da economia, de ajuste fiscal, de contingenciamento do Orçamento Geral da União e diversas outras áreas orçamentárias. "Por exemplo, em todo o país as prefeituras estão reclamando do fluxo de recursos para a assistência social, que estão atrasados quatro meses por parte do governo federal. Então, em uma situação dessa não cabe a quem está governando ficar reclamando, cabe nos debruçarmos sobre uma situação concreta e fazer o melhor possível. Se a oposição identificar um ou outro caso elementos concretos, comprovados, de que houve falha na gestão nós seremos os primeiros a reconhecer e a corrigir", afirmou.

Audicéa Rodrigues
Do Recife