Equador pede a união de esforços entre Celac e europeus

O presidente equatoriano, Rafael Correa, pediu união de forças para a construção de um mundo melhor em ambos os lados do atlântico, ao inaugurar, nesta quarta-feira (10), a Cúpula entre a Comunidade dos Estados Latino Americanos e Caribenhos (Celac) e a União Europeia.

Rafael Correa

"Alguns creem em uma suposta mão invisível para atingir a eficiência, a justiça e o desenvolvimento. A história demonstra-nos que são necessárias mãos bastante visíveis, de ação coletiva e da vontade explícita das sociedades", disse Correa.

O chefe de Estado e presidente temporário da Celac recordou que o tipo de cooperação que a América Latina necessita hoje já não é a escola primária, mas a formação do talento humano e transferência científica e tecnológica.

“Devemos pensar em um tratado mundial que permita o acesso ao conhecimento por parte dos países em desenvolvimento”, disse.

Correa assinalou que a Celac trabalhará no próximo período em cinco grandes eixos, o primeiro dos quais é a redução da pobreza extrema, a qual -assinalou- não é por falta de recursos, mas pela desigualdade.

O presidente equatoriano considerou inconcebível que enquanto América Latina e o Caribe têm depositados um bilião de dólares de seus recursos no primeiro mundo, seguem dependendo de empréstimos externos, investimento e cooperação sem nenhum impacto estrutural.

"Por isso a Celac trabalha em uma nova arquitetura financeira regional", disse.

Correa referiu-se também aos problemas gerados pela mudança climática e afirmou que na conferência sobre o tema em Paris deve ser exigida a adoção de um acordo vinculante, baseado no princípio das responsabilidades comuns, mas diferenciadas.

"Um habitante de um país rico emite 38 vezes mais CO2 que um de um país pobre", recordou.

O governante aproveitou seu discurso na Cúpula Celac-UE para celebrar o triunfo da dignidade e soberania do povo cubano e o processo de restauração das relações com os Estados Unidos.

Não obstante, recordou que ainda falta destruir “o ilegal e desumano bloqueio e a necessidade de devolver a Cuba a base de Guantánamo”.

Correa também criticou a ordem executiva emitida pelo presidente norte-americano, Barack Obama, que impõe sanções contra a Venezuela por supostamente constituir um perigo à segurança nacional dos Estados Unidos.

Mais de 40 chefes de Estado ou de Governo participam na Cúpula de dois dias que tem entre seus objetivos reforçar a aliança bi-regional.