Cordel Umbilical: Carta de Joan para Idalzira
Glosa:
“Sou filho de Idalzira
Trago no sangue a poesia
Meu avô foi bom poeta
De grande sabedoria”
Publicado 28/07/2015 11:50 | Editado 04/03/2020 16:25
Tenho a minha descendência
Em tempos primordiais
Herdei de meus ancestrais
O gosto pela ciência
O saber e a inteligência
Que a mim ninguém me tira
Raiva de toda mentira
Que dela jamais gostei
O meu sangue não neguei
Sou filho de Idalzira
Minha mãe é poetisa
De comprovado valor
Seus versos têm o frescor
E a ternura da brisa
Sua poesia é precisa
Clara como a luz do dia
Eu gosto de cantoria
Desde os tempos de criança
Essa foi a minha herança
Trago no sangue a poesia
Sempre gostei de cantar
As coisas da natureza
E de louvar a beleza
Que posso admirar
Para ninguém estranhar
Conto a história completa
A descendência direta
Que me fez ser violeiro
Pois além de marceneiro
Meu avô foi bom poeta
Sempre falar a verdade
E a justiça defender
Só dar o meu parecer
Com toda honestidade
Usar de sinceridade
Seja noite ou seja dia
Este tem sido o meu guia
Que Mamãe e Vovô João
Ensinaram esta lição
De grande sabedoria
Ofereço estes versos
A dona da letra “I”
Quem sabe sirvam ao menos
Pra lhe fazerem sorrir
Pois é triste viver no mundo
Sem alegria sentir
Eu não quero imitar
Ao poeta meu avô
Mesmo porque não possuo
A metade do seu valor
Que se isso eu tivesse
Seria um bom cantador
Acaraú, 08 de junho de 1990