Camarada Sum: homenagem ao lutador leal e solidário que hoje nos deixa

Segue abaixo a íntegra:

Camarada Sum

Passei a tarde de hoje [14] sob impacto da noticia do falecimento do Camarada Roberto Sum da Silva. As informações sobre os últimos momentos da vida do querido amigo me entristeceram. A sua saúde se comprometeu a ponto de tirar sua vida muito antes do que se espera para um lutador da dimensão do exemplar quadro político com quem tive a honra e a felicidade de conviver e militar no nosso Partido Comunista do Brasil.

Lembrei das tantas e tantas vezes que compartilhamos tarefas das mais diversas, na luta pelas causas do nosso país e nosso povo, durante mais de três décadas. Vendemos Tribuna da Luta Operária nos bairros e praças de Porto Alegre, participamos de atividades comunitárias, de campanhas eleitorais, de movimentos pela democracia, na resistência ao regime militar e no enfrentamento ao neoliberalismo.

Cuidamos juntos, com outros valorosos camaradas, da construção do Partido e da superação de dificuldades para manter viva nossa Força Política que foi muitas vezes, foi o alvo preferencial dos oportunistas e dos reacionários inimigos do povo.

Destaco o momento de grandes dificuldades para os comunistas quando, sem mandato na Câmara Municipal e diante de feroz ofensiva neoliberal nos anos de 96 e 97, participamos de um coletivo que reestruturou o Partido em Porto Alegre. Fizemos isto na luta contra o Golpe da Reeleição de FHC, no enfrentamento das batalhas eleitorais de 1998, para Presidente e para o Governo do Estado, onde recuperamos a visibilidade de nossa presença política na capital gaúcha. Logo depois, lideramos o Movimento em Defesa do Brasil, da Democracia e do Trabalho em Porto Alegre e integramos a frente política que em 2000, elegeu Tarso Genro à Prefeitura e devolveu ao PCdoB o mandato de vereador em Porto Alegre.

O Roberto Sum foi parte ativa e destacada de tudo isto e muito mais na nossa atividade partidária. Foi daí que nasceu meu profundo respeito, carinho e admiração por esse lutador leal e solidário que hoje nos deixa.

Mas me consolo porque pude conversar com o Sum por telefone há alguns dias atrás, quando soube dos seus problemas de saúde. Pude dizer para ele como era meu amigo e como reconhecia sua importância na minha trajetória militante por tudo que tínhamos feito juntos. Mesmo distante, pelas tarefas políticas que me levaram para longe do Rio Grande, lembrava sempre da nossa convivência na luta.

Num dia como esse, em que morre um camarada de tantos anos como o Roberto Sum, tenho certeza que fica com cada um de nós um profundo reconhecimento pela valiosa contribuição de sua vida, marcada por uma prática militante comprometida com a generosa causa comunista.

João Luiz dos Santos Santos
14 de outubro de 2015