Unasul nega que tenha vetado Jobim em eleição venezuelana

A União de Nações Sul-Americanas (Unasul) negou nesta sexta-feira (23) que tenha vetado a participação do jurista Nelson Jobim na missão que observará a eleição legislativa de 6 de dezembro na Venezuela.

Nelson Jobim

O nome do respeitado jurista Nelson Jobim não foi vetado na Unasul, e é considerado com outros nomes da região para presidir a missão para a Venezuela, informou o bloco regional em sua conta no Twitter.

Com este esclarecimento, o organismo desmentiu versões difundidas no Brasil de que havia um suposto repúdio do governo venezuelano ao ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral do Brasil liderar o grupo de observadores regionais.

O suposto veto contra Jobim levou as autoridades eleitorais brasileiras a anunciar, na quarta-feira (21), que não participariam da observação das eleições. De acordo com a Unasul, essas votações “permitirão aos venezuelanos solucionar diferenças sem violência, polarização ou insultos midiáticos”.

No final de setembro, o vice-presidente do Conselho Nacional Eleitoral do Uruguai, Wilfredo Penco, revelou em uma coletiva de imprensa no Equador que a missão de especialistas será integrada por até quatro representantes de cada uma das entidades eleitorais dos 12 países membros.

Penco esclareceu que primeiro serão fechados os acordos correspondentes entre a Presidência pro-tempore da Unasul, atualmente a cargo do governo uruguaio, e as autoridades eleitorais venezuelanas.

“Uma vez que sejam assinados tais acordos, trabalharemos intensamente para cumprir com o cronograma eleitoral da Venezuela”, afirmou o especialista.

Por sua vez, o secretário-geral da Unasul, Ernesto Samper, esclareceu que a decisão de convidar observadores eleitorais cabe somente às autoridades do país em questão.

Após lembrar que desde sua criação em 2008 o bloco regional realizou 11 missões de observação eleitoral em sete países sul-americanos, o ex-presidente colombiano (1994-1998) assegurou que tampouco se opõe à presença de outros observadores além da região.

A nota veio em resposta a uma moção aprovada na quarta-feira (21) no Senado, em Brasília, contra a Venezuela, e capitaneada por senadores da oposição. Liderados por Aloysio Nunes, 30 senadores assinaram o documento. A moção de repúdio foi aprovada de forma simbólica e teve a reprovação dos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Vanessa Grazziottin (PCdoB-AM) e o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE).