PCdoB-CE: Comitê Estadual debate projeto eleitoral para 2016

Na primeira reunião do ano do recém-eleito Comitê Estadual do PCdoB cearense realizada no último sábado (30/01), na sede do Partido, a pauta do encontro foi a discussão do projeto eleitoral partidário para as este ano, a eleição da nova comissão política, do secretariado executivo, da comissão de controle e a definição das funções e atribuições de cada um de seus membros para o biênio 2015/2017.

PCdoB-CE: Comitê Estadual debate projeto eleitoral para 2016

Composto por 63 membros eleitos na 22ª Conferência Estadual do Partido, realizada nos dias 28 e 29 de novembro passado, o novo Comitê Estadual do PCdoB-CE reúne jovens, homens e mulheres tanto do interior quanto da capital, sindicalistas, representantes de diversas frentes dos movimentos sociais, parlamentares e gestores.

O presidente estadual do PCdoB-CE, Luís Carlos Paes de Castro, iniciou o encontro destacando que o momento no cenário mundial ainda é de grande instabilidade devido à crise do capitalismo, iniciada em 2007, quando da quebra das companhias hipotecárias americanas e cuja solução definitiva ainda “não está à vista”.

“O mundo ficou mais perigoso e violento. O imperialismo americano e seus aliados europeus jogam o peso da crise sobre os ombros dos trabalhadores e dos países em desenvolvimento, buscam ampliar seu domínio sobre o conjunto do planeta e não aceitam governos nacionais que contrariem seus interesses, sejam na Europa, no Oriente Médio, no norte da África ou na América Latina. Promovem boicote econômico, estimulam oposições golpistas, financiam mercenários e grupos terroristas e, em último caso, colocam seus bombardeiros e tropas em ação. O resultado dessa ação, ao contrário do que propalam os meios de comunicação de massa a serviço do imperialismo e sua política genocida, é o enfraquecimento da democracia, o morticínio de populações civis e o êxodo de milhões de pessoas que são obrigadas a deixar seus lares. Somente no ano passado, mais de um milhão de pessoas deixaram seus países, em especial a Síria, em direção à Europa e outras partes do mundo. Os povos, seja no centro como na periferia do sistema, vão percebendo que o seu inimigo principal é o imperialismo americano e realizam grandes jornadas em defesa de seus direitos e da paz”, avalia Paes.

No Brasil, acrescenta o dirigente comunista, os aliados que defendem a democracia e o mandato da presidenta Dilma “respiram um pouco mais aliviados”. Segundo o ele, com o fim do recesso de final de ano e a volta aos trabalhos no Congresso Nacional, já a partir desta semana, a luta deve se intensificar, com a oposição golpista tentando continuar sua política de desestabilização do País. “Mesmo assim, estamos numa posição um pouco mais favorável”, considera.

Paes de Castro cita acontecimentos que colocam as forças democráticas e progressistas neste patamar, dentre elas a volta dos movimentos de massa às ruas, combatendo o golpismo e defendendo uma agenda positiva para o país; as decisões no SFT em relação ao rito do impeachment provocadas pelo PCdoB e a ação do Governo que busca maior protagonismo político dialogando com segmentos mais amplos da sociedade, tendo como ponto alto a recente reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico, que reuniu 92 membros, entre empresários de várias áreas, intelectuais, representantes de universidades, da igreja, das centrais sindicais e dos movimentos estudantis para discutir uma agenda de desenvolvimento para o país.

“É isso que precisamos fazer: deixar que a polícia investigue, que a justiça puna os responsáveis pelos crimes contra o patrimônio, ambos agindo no rigor da lei e de forma independente, sem favorecimentos ou perseguições políticas, e a sociedade organizada e o parlamento contribuam com a construção de uma agenda que retire o Brasil da crise e inicie uma nova etapa de desenvolvimento com redução das desigualdades e valorização do trabalho. E o governo da presidenta Dilma pode e deve desempenhar um papel extremamente positivo na formulação desta agenda, que foi aquela vitoriosa em 2014”, considera.

No cenário estadual, Luís Carlos avalia que a crise também tem interferido na condução da gestão. “A redução das receitas tem afetado o Governo que, por outro lado, enfrenta aumentos de despesas devido à inflação. Além disso, apesar das chuvas deste mês de janeiro que têm animado o povo cearense, a previsão é de que teremos mais um ano com índice chuvas abaixo da média. Então são com esses dados que devemos trabalhar”, pondera.

Politicamente, o presidente do PCdoB-CE considera que, por ser um governo com uma base muito ampla, há uma ação deletéria dos conservadores que dificultam a implementação de uma agenda mais progressista, o que acaba comprometendo um projeto mais ousado de longo curso.

Sobre o projeto eleitoral do PCdoB cearense para este ano, Luís Carlos Paes está otimista. “Apesar das dificuldades que estamos enfrentando, acho que costuraremos boas candidaturas. Estamos visitando algumas regiões do Ceará, com importantes encontros e produtivas reuniões com as direções municipais. Além disso, mantivemos contato com prefeitos tanto do PCdoB quanto de outras legendas e com lideranças de partidos aliados. Isso mostra que nosso Partido está fazendo política e sendo referência em muitas cidades”, avalia.

O dirigente comunista reitera que o PCdoB cresce em vários municípios. “Estamos sendo procurados para organizar comitês municipais em localidades onde não existíamos, com a adesão de novas lideranças locais. Com isso o Partido cresce, e com qualidade. Atualmente, temos pré-candidatos à disputa majoritária em 37 cidades, com grandes chances de vitória em mais de uma dezena, além de pré-candidatos a vereador em mais de 130 municípios”, projeta.

O desafio passa também pela construção de um projeto ousado na capital. “Como a disputa ainda está indefinida, a situação exige muito diálogo e habilidade política para a construção deste projeto”, pondera Paes.

O presidente do PCdoB-CE conclui reafirmando que este ano os comunistas deverão “centrar fogo na luta contra o golpismo, em defesa da democracia e do mandato da presidenta Dilma, pelo desenvolvimento do país e a construção de um grande e ousado projeto eleitoral. São muitas as tarefas, mas com a união e determinação de nossos quadros e militantes o Partido mais uma vez dará conta do recado”.

Ao longo do dia, os membros do Comitê Estadual debateram os assuntos da pauta, que na parte da tarde se deteve no funcionamento do novo sistema de direção do Partido no Estado, desde o pleno do Comitê, passando pela sua Comissão Política, pelo Secretariado Executivo e as várias Secretarias, Comissões Auxiliares e de Controle, os vários fóruns e grupos de trabalho além da Fundação Maurício Grabois. Também foram definidas as funções e atribuições de cada membro da nova direção estadual do Partido no Ceará. Ao final, pelo voto secreto, foram eleitos os novos membros da Comissão Política, do Secretariado e da Comissão de Controle.

Comissão Política Estadual

Abel Rodrigues
Ana Lúcia Viana
Andrea Oliveira
Arruda Bastos
Augusta Brito
Benedito Bizerril
Carlos Augusto “Patinhas”
Carlos Felipe
Edilson Cavalcante Fialho
Evaldo Lima
Flávio Vinicius
Francinet Cunha
Fco. Lopes “Chico Lopes”
Fco. Soares “Cabo Chico”
Gilvan Paiva
Joan Edesson
João Ananias
José Simão
Luciano Simplício
Luís Carlos Paes
Lula Morais
Mariano Freitas
Nágyla Drumond
Sarah Cavalcante
Sônia Pinheiro
Tânia Matos
Teresinha Braga
Inácio Arruda
Vandevelder Freitas
Viviane Rodrigues

Secretariado

1- Presidência – Luís Carlos Paes
Vice – Benedito Bizerril
Secretaria de Organização – Abel Rodrigues
Secretaria de Finanças – Sônia Pinheiro
Secretaria de Comunicação – Andrea Oliveira
Secretaria Sindical – Ana Lúcia Viana
Secretario de Juventude – Flávio Vinícius
Departamento Estadual de Quadros – Teresinha Braga
Comitê Municipal de Fortaleza – Francinet Cunha.

Comissão Estadual de Controle

Eugênio Bessa
Ana Angélica Aquino
Gabriel Rochinha

Matéria atualizada às 10h33 do dia 01/02/2016.