Inflação cai nas sete capitais analisadas pelo IPC-S

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) caiu nas sete cidades pesquisadas pela Fundação Getulio Vargas (FGV) entre janeiro e fevereiro. O recuo foi de um ponto porcentual no período, ao desacelerar de 1,78% para 0,76%. Os dados foram divulgados nesta quarta (02), dia em que o Comitê de Política Monetária está reunido para decidir os rumos da taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic. 

Inflação em queda

A menor taxa foi registrada em São Paulo, onde o IPC-S cedeu de 0,87% para 0,60%, seguida pelo Rio de Janeiro (de 0,87% para 0,61%), Porto Alegre (de 1,23% para 0,80%), Salvador (de 1,14% para 0,82%), Belo Horizonte (de 1,36% para 0,91%), Brasília (de 1,27% para 0,93%) e Recife (de 1,75% para 1,29%).

O IPC-S é calculado com base na variação de preços em oito classes de despesas: alimentação, habitação, vestuário, saúde e cuidados pessoais, educação e recreação, transportes, despesas diversas e comunicação. 

Seis delas registraram decréscimo em suas taxas de variação de preços na passagem da terceira para a quarta quadrissemana de fevereiro: Habitação (de 0,78% para 0,39%), Alimentação (de 1,40% para 1,07%), Educação, Leitura e Recreação (de 1,50% para 0,44%), Transportes (de 1,60% para 1,13%), Vestuário (de 0,19% para 0,04%) e Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,75% para 0,69%). Por outro lado, avançaram os grupos Comunicação (de 0,52% para 0,83%) e Despesas Diversas (de 1,27% para 1,58%).

Copom

Em em cenário marcado pela recessão e com os novos dados que mostram inflação em queda, aumentam as pressões para que o Copom não aumente a Selic na reunião que se encerra nesta quarta e mesmo para que a taxa seja reduzida – uma reivindicação antiga de trabalhadores, empresários e economistas comprometidos com o desenvolvimento. 

Segundo previsões do mercado financeiro – úncio segmento ouvido pelo Banco Central na hora de decidir sobre a taxa de juros -, a taxa Selic deve manter-se estável no atual patamar de 14,25% ao ano.

O percentual, contudo, já é extremamente alto, especilamente se comparado com outros países, nos quais pratica-se, inclusive, taxas de juros negativas.  Trata-se da maior taxa desde julho de 2006, ou seja, em quase dez anos. Em termos reais, os juros brasileiros são considerados os mais altos do planeta.

O patamar tão elevado tem sido justificado como uma forma de combater a inflação, embora diversos economistas apontem que a atual pressão sobre os preços no país não é de demanda e, por isso, não é sensível às altas da Selic.