Publicado 20/03/2016 21:25 | Editado 04/03/2020 16:24
Fui sabendo que encontraria gente que vive buscando a utopia, aquela que está sempre um passo adiante de nós.
Fui sabendo que a história se ergue diante de mim, sem que sozinho seja capaz de recusar farsa ou tragédia.
Fui sabendo que o caminho é longo e difícil, mas que ninguém que luta ousaria deixar de enfrentar suas pedras.
Fui sabendo que aquela força em marcha vem de longe, que representa todas as lutas, conquistas e cores da minha gente.
Fui sabendo que não encontraria ódio, furor, delírios que clamam por um passado na casa do nunca mais.
Fui sabendo que encontraria consciência, disposição, solidariedade, diversidade, bandeiras de muitas causas e punhos erguidos em multidão.
Fui sabendo que seria mais um entre milhares de homens, mulheres, crianças, pessoas de muitas idades, todas multiplicadas pelo espírito do tempo.
Fui sabendo que Chico da Matilde me tocaria o ombro, que Bárbaras e Jovitas passariam por mim, que Clóvis bradaria por justiça na minha frente, que Alberto anotaria algo e Xyco criaria um bordão, que Custódio, Teodoro e Bérgson estariam no meio da massa, que meu irmão ergueria um cartaz.
Fui sabendo que nada pode ser em vão quando o justo está em jogo, quando a balança pende e o povo pesa.
Fui sabendo que não é por ele, não é por ela: é por nós, pela soberania, pela democracia, pelo Brasil.