Vaticano e Unasul vão mediar diálogos na Venezuela

Apesar das tentativas do governo de Nicolás Maduro de dialogar com a oposição da MUD (Mesa da Unidade Democrática) para amenizar a crise política, a Venezuela parece não avançar. Agora quem entra em cena é a Unasul (União das Nações Sul-Americanas) e o Vaticano que vão tentar mediar as mesas de diálogos entre as duas partes.

Unasul na Venezuela - Presidência da Venezuela

A crise política na Venezuela torna-se a cada dia mais preocupante. A escassez de alimentos e de itens básicos de higiene atinge a população mais pobre e o governo tenta negociar com a direita nacional para amenizar este quadro. No último dia 12 deste mês estava previsto um diálogo entre as duas partes, mas não aconteceu e os organismos internacionais se dispuseram a intervir para mediar a situação.

O presidente da Unasul, Ernesto Samper, se mostrou otimista nesta quinta-feira (21) durante uma coletiva de imprensa em Caracas, capital venezuelana. “Creio que em pouquíssimos dias haverá boas notícias de que apareceu luz no diálogo, é isso que todos estamos buscando e o que precisam os venezuelanos”, afirmou.

Após Samper anunciar que o Vaticano também vai mediar os diálogos, o presidente Nicolás Maduro se mostrou mais confiante de que a oposição esteja disposta a sentar na mesa de negociações.
“Temos encontrado aceitação nas partes para que esta tarefa seja acompanhada pelo Vaticano. Me parece que é uma boa notícia que haja uma aceitação conjunta sobre esta solicitação”, explicou Samper à imprensa venezuelana.

A comissão mediadora será presidida por Samper e contará com a participação dos ex-presidente das Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero; da República Dominicana, Leonel Fernández e do Panamá, Martín Torrijos.

Segundo Samper, o objetivo das mesas de diálogo é conquistar definitivamente um processo político estável que dê conta de abranger os temas fundamentais que afetam a todos os venezuelanos.

Além da reunião com o governo, realizada no Palácio de Miraflores nesta quinta-feira (21), a comissão também se reuniu com os integrantes da MUD, coalizão de direita que agrupa cerca de 30 partidos e organizações políticas de oposição.