Chico Lopes: Seminário critica ameaças aos direitos de LGBT

O deputado federal Chico Lopes, que preside a Comissão de Legislação Participativa, participou da mesa de abertura e ratificou a defesa dos direitos de LGBT

Chico Lopes: Seminário critica ameaças aos direitos de LGBT

As forças políticas que querem o afastamento da presidenta Dilma visam também retroceder na afirmação de direitos dos homossexuais, bissexuais, travestis e transexuais. Esta foi a preocupação de todos os oradores da abertura do “13º Seminário LGBT do Congresso Nacional: O próximo pode ser você!”. Na solenidade, ocorrida no Auditório Nereu Ramos, o Hino Nacional foi executado pelas travestis da banda As Bahias e a Cozinha Mineira.

O Seminário, promovido pelas comissões de Legislação Participativa (CLP), Direitos Humanos e Minorias, de Educação, e de Cultura, foi aberto na manhã desta terça-feira (16/08), pelo presidente da CLP, deputado Chico Lopes (PCdoB-CE), que afirmou que o evento se realiza “num momento em que o país vive um ambiente de ódio, intolerância e violência contra quem desafia os padrões da sociedade”, avalia.

O vice-presidente da Comissão de Cultura, Celso Pansera (PMDB-RJ), considerou que “o combate à violência de gênero transcende qualquer outra pauta, quando pensamos numa sociedade democrática e solidária”. Paulo Pimenta (PT-RS), da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, argumentou que a normalidade democrática está sendo ameaçada “por um grupo extremamente conservador, fundamentalista, com discurso de ódio e intolerância com a comunidade LGBT”.

Jean Willys (PSOL-RJ), um dos proponentes da realização do Seminário, dedicou-o a Elke Maravilha, que morreu na madrugada da terça-feira, e relatou a situação de um homossexual universitário em Pernambuco, que pensou em suicídio devido aos ataques que vem sofrendo. “Quando alguém é vítima de difamação, calúnia, violência por sua opção sexual, todos estamos ameaçados. Daí a frase deste Seminário, ‘O próximo pode ser você!’”, disse. Erika Kokay (PT-DF), a outra proponente do evento, refletiu que “nos momentos de ruptura democrática, todos os direitos estão ameaçados, porque é a democracia que alimenta e garante os direitos”. Chico Alencar (PSOL-RJ), outro proponente, não pode comparecer e enviou mensagem defendendo “a igualdade como fator indispensável para a sociedade democrática”.

Leo Mendes, da Articulação Brasileira de Gays (ARTGAY); Andrey Lemos, da União Nacional LGBT (UNA-LGTB); Toni Reis, da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT); Amanda Anderson, do PDT- Diversidade; Tathiane Araujo, representante da Rede Trans; e Lam Matos, do Instituto Brasileiro de Transmasculinidade (IBRAT), abordaram as dificuldades vividas numa sociedade machista e homo fóbica.

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O Seminário de 2016 tem por objetivo “ampliar o debate público sobre as múltiplas formas de tratar a diversidade nos relacionamentos humanos, questionando a insistente invisibilidade de pessoas LGBT, a negação de direitos e a desconstrução do próximo, quando visto como diferente. A intenção é promover o diálogo entre os diversos segmentos da sociedade, à luz de pactos de cidadania para a promoção dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais”.

O Seminário tem prosseguimento nesta quarta-feira (17/08), às 17 horas, com painéis e discussões e talk shows. A programação pode ser acompanhada, ao vivo, pela Internet..