Equador vai às urnas neste domingo para escolher novo presidente

Ex-vice-presidente Lenín Moreno lidera pesquisa com 32,3% de intenções de voto; caso candidato da Aliança País não alcance 40% dos votos e 10% de diferença com segundo colocado, decisão vai para segundo turno.

Lenin Moreno

Os equatorianos elegem neste domingo (19) para eleger o sucessor do presidente Rafael Correa, à frente do governo desde 2007, assim como representantes para o Parlamento Andino e para a Assembleia Nacional. O candidato governista Lenín Moreno, vice-presidente do país entre 2007 e 2013, lidera as pesquisas prévias às eleições com 32,3% das intenções de voto para a Presidência.

Caso os números da pesquisa realizada pelo Cedatos (Centro de Estudos e Datos) no dia 8 de fevereiro se confirmem, a decisão irá para o segundo turno, previsto para 2 de abril, com Moreno e Guillermo Lasso, ex-banqueiro e segundo colocado na disputa pela presidência com 21,5% de aprovação.

Para que o presidente e vice-presidente do país sejam escolhidos já neste domingo, Moreno teria que ter um mínimo de 40% dos votos e uma diferença de 10 pontos percentuais em relação ao segundo colocado. A posse do novo presidente e vice-presidente será no dia 24 de maio.

Moreno, de 63 anos, anunciou em outubro do ano passado, quando aceitou a indicação para candidatura pelo presidente Correa, que seu companheiro de chapa na cédula eleitoral será o atual vice-presidente, Jorge Glas.

O candidato do movimento governista AP (Aliança País), defende uma "cirurgia maior" contra a corrupção e promete a criação de 250 mil postos de trabalho ao ano, assim como ações para a construção de 40 escolas técnicas e a erradicação da desnutrição infantil.

Com Moreno, a situação pretende dar continuidade à Revolução Cidadã, que impulsionou políticas de inclusão social desde a chegada da Aliança País ao poder em 2007, além de implementar uma nova constituição em 2008. Tendo como inspiração a Revolução Liberal do Equador na virada do século 19 para o século 20, a atual constituição equatoriana segue a linha política do bolivarianismo.

Para as eleições de 2017, o movimento é representado pela Frente Unidos, coalizão formada pela Aliança País, Partido Socialista Equatoriano, Partido Comunista Equatoriano e outras organizações políticas menores.

Por sua vez, o ex-banqueiro Guillermo Lasso, que representa a direita por meio do partido Creo, propõe a eliminação de 14 impostos, a criação de 1 milhão de empregos e a supressão da lei de meios, algo também defendido por Cynthia Viteri, do PSC (Partido Social Cristão), que ocupa o terceiro posto com 14% das intenções de voto.

Além deles, também disputarão a Presidência do Equador o ex-prefeito de Quito e general reformado Paco Moncavo (Esquerda Democrática), Dalo Bucaram (Força Equador), Patricio Zuquilanda (Partido Sociedade Patriótica), Iván Espinel (Força Compromisso Social), candidato presidencial mais jovem da história do Equador, com 33 anos de idade, e o ex-promotor Washington Pesántez (União Equatoriana), que propõe uma Assembleia Constituinte para redigir uma nova Lei Fundamental.

Os cerca de 12,8 milhões de equatorianos votarão também na consulta popular sobre a proposta do governo de proibir aos funcionários públicos e autoridades eleitas de terem dinheiro ou bens em paraísos fiscais.

Os equatorianos também elegerão neste domingo 5 representantes para o Parlamento Andino e 137 deputados para a Assembleia Nacional, cuja maioria atualmente pertence à Aliança País, com 100 assentos. O restante dos 37 assentos se repartem entre os partidos Creo (11), PSC (6), PSP (5), Avanza (5), Pachakutik (5), Suma, PRE, IDC, ARE e MPCG, com um assento cada.

A presidente da Assembleia foi alvo de um atentado nesta quinta-feira (16), quando recebeu em seu escritório uma carta-bomba, que não detonou. Gabriela Rivadeneira, candidata à reeleição pela Aliança País, condenou o uso da violência e fez um apelo à convivência pacífica no país. "Independentemente de qualquer diferença política, o que deve prevalecer é a vida e o respeito à integridade de todo ser humano. Na política não há inimigos, e sim adversários", afirmou.

Além do caso de Rivadeneira, as jornalistas Janeth Hinostroza, do canal de televisão Teleamazonas, e Estéfani Espín, do Ecuavisa, também receberam cartas-bomba similares. A polícia suspeita que outros cinco envelopes com explosivos foram enviados nos últimos dias, motivo pelo qual pediram aos Correios que as entregas sejam suspensas para que os explosivos sejam buscados.

Fonte: Opera Mundi