“EUA ficariam felizes se Maduro adotasse Constituição saudita”

Fundador do site WikiLeaks sugeriu que presidente venezuelano adote Carta Magna de país aliado dos EUA e criticado internacionalmente por violações de direitos humanos, após Washington indicar intenção de tirar Maduro do poder.

julian assange

O fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, comentou nesta quarta-feira (2) a situação política da Venezuela, afirmando que o presidente Nicolás Maduro deveria adotar a Constituição da Arábia Saudita para que “o governo dos Estados Unidos fique feliz”.

“Não entendo por que Maduro não se apressa e adota a Constituição da Arábia Saudita para que o governo dos EUA fique feliz com ele”, escreveu Assange em uma publicação no Twitter.

O post faz referência à votação ocorrida na Venezuela neste domingo (30) para eleger os membros da Assembleia Constituinte convocada pelo governo que irá elaborar uma nova Constituição para o país. Os EUA classificaram a eleição como “ilegítima” e disseram considerar Maduro “um ditador”, impondo sanções contra o presidente venezuelano.

A Arábia Saudita, aliada dos EUA, é conhecida como “pesadelo dos direitos humanos” por organizações internacionais. Entre outros pontos, o país liderado pelo rei Salman Al Saud impõe a lei islâmica, com penalidades como chicotadas em praça pública para aqueles considerados infratores, e estabelece que as mulheres precisam ter um homem como guardião legal e só podem viajar, casar, trabalhar ou ter acesso a serviços de saúde com a autorização dele.

Em uma segunda publicação em sua rede social, Assange se refere às afirmações feitas pelo Secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, nesta quarta-feira (2), em que o político deixou clara a intenção do governo dos EUA de tirar Nicolás Maduro da Presidência da Venezuela.

“Estamos avaliando todas as nossas opções políticas para ver o que podemos fazer para criar condições na Venezuela onde Maduro decida que não tem futuro e queira sair por vontade própria, ou nós podemos fazer o governo voltar a sua Constituição”, disse Tillerson em entrevista coletiva.