Venezuela sofreu 105 ataques dos EUA nos últimos dias, diz chanceler

Durante a abertura da 37ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, neta terça-feira (26), o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, denunciou as investidas dos Estados Unidos contra seu país. Pediu ainda que o Conselho não seja influenciado pelos “países poderosos”.

Jorge Arreaza - Reuters

O ministro denunciou que a Venezuela tem sido vítima de uma intensa campanha dos Estados Unidos cujo objetivo é derrubar o governo eleito nas urnas de Nicolás Maduro.

"Para os Estados Unidos é indispensável revogar o governo democrático da Venezuela para se apoderar de nossos recursos minerais; em 55 dias, recebemos por parte da Administração [de Donald] Trump, 105 ataques diretos contra nosso país", disse o ministro venezuelano.

Segundo o chanceler, o “tema direitos humanos” tem sido usado por países “belicosos” para justificar “guerras e intervenções” e agora o alvo é a Venezuela, cujo objetivo é explorar o petróleo e os demais recursos naturais abundantes do país sul-americano.

Arreaza foi enfático ao afirmar que as grandes potências, neste caso os Estados Unidos, desenvolvem um discurso mentiroso para “criar as condições para as piores violações aos direitos humanos”.

Neste sentido, o ministro pediu que o Conselho da ONU seja capaz de tomar decisões sem a influência dos Estados Unidos e outras potências, a fim de proteger Estados sob ameaça.

"Devemos blindar este Conselho tão relevante perante pressões de países poderosos para influenciar em suas posições e relatórios", afirmou o ministro durante sessão da organização em Genebra.

A organização, parte do sistema das Nações Unidas, foi criada em 15 de março de 2006 como uma instância internacional para a promoção e proteção de direitos humanos.

O Conselho, que veio a substituir a Comissão de Direitos Humanos, é constituído por 47 membros da ONU eleitos pela Assembleia Geral.