“Sanções contra a Venezuela violam Direitos Humanos”, diz ONU

Após sua viagem pela Venezuela, o especialista da ONU, Alfred de Zayas afirmou que as tentativas dos EUA de "sufocar" a economia do país sul-americano são causadas por um "desejo de alterar o regime e regressar aos anos corruptos de 80 e 90, quando as empresas norte-americanas eram donas de tudo, inclusive do petróleo".

Venezuela - AFP

Alfred de Zayas, especialista independente da ONU viajou à Venezuela em dezembro do ano passado, onde teve a oportunidade de dialogar com vários representantes da sociedade, desde oposicionistas, membros da Federação de Câmaras de Comércio da Venezuela (Fedecâmaras), principal organização de sindicatos empresariais, e organizações não governamentais que se opõem ao governo, até os deputados de Assembleia, cientistas e representantes de igreja.

"As consequências das sanções são as crianças morrendo de desnutrição; adultos e idosos, que morrem por não terem acesso aos remédios contra câncer, AIDS, ou diabetes", assinalou o advogado e especialista independente.

De acordo com seus dados, os EUA estão colaborando com autoridades locais ou grupos oposicionistas a fim de sabotar o presidente em exercício do país, Nicolás Maduro.

"Quando em 2017 na Venezuela ocorreu a epidemia de malária, o país tentou negociar com a Colômbia a compra de remédios, contudo, o vizinho se recusou. A Venezuela teve que comprar os remédios da Índia, importar e distribuir rapidamente para salvar o maior número de vidas possível", recordou.

Sendo assim, Zayas acredita que as sanções devem ser tratadas como crime contra a humanidade, já que os governos que o cometem, devem responder perante a Corte Penal Internacional.

Além disso, o analista pôs em dúvidas a estratégia da ala radical da oposição. "O comércio e os negócios na Venezuela estão em mãos privadas, que não apoiam o governo. E já que estas não são capazes de eliminá-lo por eleições, querem gerar uma situação de fome, de inseguridade, para que os militares realizem golpe de Estado ou para que ocorra a revolução que poderá derrubar Maduro, em vez de se sentar à mesa de negociações com ele", ressaltou.