“Se querem ajudar a Venezuela, levantem o bloqueio”, diz ministro
Em entrevista à BBC, o ministro da Comunicação, Cultura e Turismo da Venezuela, Jorge Rodriguez, condenou o bloqueio econômico contra seu país e destacou que respeitar a soberania do povo venezuelano é a melhor forma de ajudar.
Publicado 28/03/2018 12:23
Rodríguez também responsabilizou a imprensa pelo papel que cumpre neste processo ao distorcer informações para criar o cenário de caos no país e fomentar uma “guerra psicológica”. “Creio que há muita deturpação e uma verdadeira operação de guerra midiática e psicológica, quase de linchamento, contra a Venezuela”, afirmou.
Para o ministro, a melhor forma de ajudar o país é “levantar o bloqueio econômico e financeiro e respeitar a soberania do povo venezuelano”. Uma das formas de contribuir, além disso, é não disseminar a falácia de “crise humanitária”.
“Querem ajudar a Venezuela? Desbloqueiem os fundos ilegalmente retidos para que possamos pagar os alimentos e os medicamentos. Permitam que os alimentos que compramos passem na fronteira da Colômbia e do Brasil, tenham medidas mais efetivas para impedir o contrabando de gasolina, de alimentos e de medicamentos, que saem para países como a Colômbia, o Brasil e para o Caribe”, provocou o ministro.
Desde que empreendeu um caminho alicerçado em sua plena soberania, na liberdade e independência face aos interesses dos EUA e de outros países imperialistas, que, denuncia Rodríguez, o país enfrenta uma guerra ecoômica e midiática, criando falsas ideias na opinião pública com o objetivo de atacar conquistas sociais alcançadas com a Revolução Bolivariana.
A falsa ajuda humanitária
O ministro destaca que um dos alicerces do discurso de caos no país é a suposta “crise humanitária” que justifica uma “ajuda humanitária” dos Estados Unidos e de outros países imperialista, o que, no fim é uma intervenção externa. Este mecanismo de ação não é novo, e Rodriguez não titubeia ao denunciar.
“Lembre-se das armas de destruição massiva no Iraque. O argumento permitiu a destruição de um país inteiro, o assassinato de milhões de pessoas e depois, de cara lavada, disseram: estávamos errados. Não havia armas de destruição massiva”, denunciou Rodríguez.
Na entrevista recordou que, como resultado do bloqueio, a Venezuela teve sérios problemas na distribuição e fornecimento de medicamentos, especialmente aqueles que são mais difíceis de obter no mercado internacional, situação que o governo tem vindo a resolver em ligação direta com a população.
Ressaltou que, qualquer proposta para fornecer medicamentos ao país, desde que respeite a soberania nacional e a independência da Venezuela, é bem-vinda, mas que até ao momento ainda não ocorreu, o que na sua opinião revela uma “tremenda hipocrisia”.