Evaldo Lima defende união do campo progressista nas eleições deste ano

 Durante o pequeno expediente da sessão ordinária da Câmara Municipal de Fortaleza da última quarta-feira (09), o vereador Evaldo Lima (PCdoB) fez a defesa de uma frente ampla popular e progressista em defesa da democracia, visando às eleições deste ano.

Evaldo Lima

Segundo ele, com a desistência da candidatura presidencial de Joaquim Barbosa, do PSB e as incertezas em face de posicionamento vacilante de Marina Silva, apoiadora de Aécio Neves, no segundo turno das eleições passadas, agora mais do que nunca, é necessário uma unidade do campo progressista.

Ele destaca que o cenário atual aponta para, pelo menos, quatro candidaturas da esquerda, do campo progressista ou popular democrático: Ciro Gomes (PDT), Manuela D’Ávila (PCdoB), Guilherme Boulos (PSOL) e Lula, ou outro candidato do PT. Na sua visão, nesse cenário de diluição, de fragmentação, o campo progressista corre o risco de realizar um ‘abraço de afogados’, com o naufrágio de todas as candidaturas e um segundo turno entre a direita conservadora, ligada a Opus Dei com Alckmin e uma candidatura fascista. “Esta seria a culminância da tragédia do Golpe do Brasil”, avalia.

Na sua opinião, há mais afinidades que dessemelhanças entre os projetos. Diz que aquilo que aproxima e mais relevante do que aquilo que afasta. Ele citou o estudo do professor do Departamento de Ciência Política da UFRJ, Theófilo Rodrigues. O especialista pontua que o Nacionalismo Desenvolvimentista, na tradição e Celso Furtado, tem Ciro Gomes como principal porta-voz e no mesmo segmento, o pré-candidato do Solidariedade, Aldo Rebelo. Destacou, ainda, a proposta de Guilherme Boulos (PSOL), que aposta na superação do modelo neodesenvolvimentista extrativista executado pelo lulopetismo.

Ressaltou que um caminho do meio por entre o desenvolvimentismo de Ciro e Aldo e o identitarismo do PSOL, foi tentado inicialmente pelo PT nos governos de Lula e Dilma, mas foi marcado pelo reformismo fraco, gradual. O quarto e último projeto de esquerda, conforme Evaldo, é o programa formulado pelo PCdoB e representado pela candidatura de Manoela D’Ávila. “Essa candidatura busca construir um caminho alternativo que agregue tanto o desenvolvimentismo quanto as políticas identitárias”.

Observou que Manuela D’Ávila estará em Fortaleza no próximo dia 18 de maio. Ele destacou que o PCdoB, diferente do lulismo e do PT, defende um reformismo forte, estrutural de fato. No final Evaldo observou que a esquerda brasileira não é homogênea, no entanto, o risco de que, separados, nenhum deles alcance o segundo turno das eleições é grande. “Mais ainda há tempo para o diálogo, para a unidade e aceitação de um programa que construa um consenso dialético entre as quatro visões de mudo. Seria no mínimo, a vitória da política”, finalizou.