Haddad sobre ataques: 'Democracia é ameaçada com esse tipo de atitude covarde'
Em entrevista coletiva antes de uma reunião da executiva do PT com governadores que apoiam a coligação, o candidato Fernando Haddad voltou criticar a rede de fake news que predomina nas redes sociais e disse nesta terça-feira (9) que eleitores não podem ser "covardemente atacados" ao expressarem uma opinião.
Publicado 09/10/2018 13:31
"Não há problema em uma pessoa pensar de um jeito e a outra de outro. O problema é em função da sua opinião, da sua liberdade de expressão ser covardemente atacado. Nós que estamos na vida publica sentimos que a democracia esteja ameaçada com esse tipo de atitude covarde de determinados setores da sociedade", afirmou Haddad.
Durante entrevista ao vivo ao Jornal Nacional, nesta segunda-feira (9), Haddad propôs a campanha de Jair Bolsonaro “estabelecer um protocolo ético para as redes sociais”.
“Tem muita notícia falsa rolando, as duas campanhas poderiam se ajudar e contribuir para que o eleitor recebesse informações reais, fiéis e verdadeiras sobre o que cada um pensa e melhor a qualidade da democracia com a qual eu tenho um compromisso de vida”, disse ele.
Na coletiva, Haddad disse que “recebemos uma resposta do nível do candidato, pelo Twitter, que foi publicada nos jornais”. Pelo sua página oficial no Twitter, Bolsonaro desferiu ataques aos candidato.
“O pau mandado de corrupto me propôs assinar “carta de compromisso contra mentiras na internet”. O mesmo que está inventando que vou aumentar imposto de renda pra pobre. É um canalha! Desde o início propomos isenção a quem ganha até R$ 5.000. O PT quer roubar até essa proposta”, atacou Bolsonaro.
A afirmação de Bolsonaro, que é a fake news em pessoa e tem a sua campanha baseada em ilações e factoides, fazer uma campanha limpa representaria a sua derrota.
Miriam Leitão
Haddad aproveitou para se solidarizar com a jornalista Miriam Leitão, da TV Globo, que vem sendo atacada por apoiadores de Bolsonaro nas redes sociais, após comentar a diferença entre dois presidenciáveis.
“Quero me solidarizar com a Miriam Leitão, com quem tenho divergências democráticas. Não há problema nenhum em uma pessoa pensar de um jeito e a outra de outro. O problema é, em função da sua opinião, da liberdade de expressão, você ser covardemente atacado, como ela vem sendo”, declarou Haddad.
Nesta segunda-feira (8), a jornalista declarou no telejornal Bom Dia Brasil que “Bolsonaro sempre teve discurso autoritário e o PT nasceu e cresceu na democracia”.
“Há muita gente que compara os dois, mas, na verdade, eles não são equivalentes. Jair Bolsonaro sempre teve um discurso autoritário. O PT, de vez em quando fala uma palavra aqui, outra ali, ele tem declarações, como declarações de grupos que apoiam a Venezuela, mas na verdade é um partido que nasceu, cresceu na democracia, ele sempre jogou o jogo democrático e governou respeitando as instituições democráticas. Ontem, Jair Bolsonaro já começou falando, mesmo tendo esta votação consagradora, ele já começou falando que, colocando em dúvida, em suspeição o processo eleitoral e as urnas eletrônicas. É um mau sinal”.
Segundo turno
Sobre as conversas com eventuais aliados para o segundo turno, Haddad disse que está buscando o diálogo com os partidos do campo "progressista e democrático".
"Sempre fomos favoráveis ao campo progressista democrático popular, que esses partidos estivessem todos juntos no segundo turno em defesa da democracia e dos direitos trabalhistas e sociais. Essa recomposição de campo é importante para nós. Estamos em contato com o Ciro, com as lideranças do PSB e também do PSOL, que já declarou apoio, para formar essa coalizão, pela liberdade, pela democracia e pelos direitos sociais. Com o PSDB ainda não houve contato", disse Haddad.