Cuba denuncia violação de direitos humanos pelos EUA
Unilateralismo dos Estados Unidos prejudica a promoção e a proteção dos direitos humanos de todos no planeta, disse Bruno Rodríguez Parrilla, ministro das Relações Exteriores.
Publicado 26/02/2020 20:19 | Editado 26/02/2020 20:20
Ao discursar no segmento de alto nível do 43º período ordinário de sessões do Conselho de Direitos Humanos, Parrilla afirmou que o neoliberalismo imposto pelos Estados Unidos viola os direitos econômicos, sociais e culturais e impede a realização do direito ao desenvolvimento.
Entre vários exemplos de ações coercitivas, o ministro enfatizou que os interesses de todos os países são prejudicados com a ameaça de Washington de esmagar a República Bolivariana da Venezuela, desestabilizar a Nicarágua ou destruir outras nações.
Mudanças climáticas
Ele também enfatizou que as guerras não convencionais dos Estados Unidos e suas violações do Direito Internacional, transgridem sistematicamente os direitos à paz e à autodeterminação.
“Sua falta de vontade diante das mudanças climáticas representa um desafio existencial para a espécie humana. A manipulação política e os padrões duplos que se aplicam impedem uma cooperação internacional genuína no campo dos direitos humanos”, explicou.
Também observou que o ressurgimento do bloqueio contra Cuba representa um ato de genocídio, segundo a Convenção de 1948, “uma violação flagrante, em massa e sistemática dos direitos humanos de nosso povo”.
Parrilla também disse que “a aplicação de medidas não convencionais para impedir o fornecimento de combustível ao nosso país danificou todas as áreas da vida cotidiana de cubanos, transporte público, educação, saúde, alimentos”. “A aplicação completa da Lei Helms-Burton aprofunda o impacto extraterritorial do bloqueio”, denunciou.
Cooperação médica
Ele explicou que o governo dos Estados Unidos acrescentou limitações extremas às conexões aéreas e de viagens entre os dois países, que afetam famílias cubanas e residentes de outras nações e violam o direito dos norte-americanos de viajar.
Também se referiu ao ataque contra a cooperação médica internacional e como esta decisão ameaça o gozo do direito à saúde de milhões de seres humanos que se beneficiam dela em várias latitudes.
“Com a suspensão da cooperação médica cubana em vários países da região, 67 milhões de pessoas foram severamente afetadas. A comunidade internacional reconhece o profissionalismo e o altruísmo dos mais de 400.000 trabalhadores de saúde cubanos, que em 56 anos completaram missões em 164 países”, disse Rodríguez Parrilla.
Nesse contexto, apontou que a Organização das Nações Unidas e a Organização Mundial da Saúde avaliaram que a cooperação médica cubana deu uma contribuição fundamental para o sucesso na luta contra a cólera no Haiti e o Ebola na África Ocidental.
Instrumentos internacionais
O ministro afirmou que “a resposta de Cuba é firme”. “Com base em programas legítimos de cooperação intergovernamental, continuaremos salvando vidas e assegurando saúde e bem-estar onde quer que seja solicitado”, asseverou.
Durante seu discurso, explicou que, apesar do bloqueio e hostilidade dos Estados Unidos, “Cuba avança na construção de uma nação independente, soberana, socialista, democrática, próspera e sustentável, com base na capacidade comprovada de resistência e criatividade do seu povo”.
E reafirmou que seu país continuará honrando seus compromissos de cooperação internacional em direitos humanos, em particular suas obrigações decorrentes de instrumentos internacionais nessa área.
A informação é do jornal Granma