Não há imunidade natural permanente contra Covid-19, aponta estudo

Anticorpos IgA e IgM desaparecem na convalescença

Foto: Pixabay

Sob a liderança de especialistas de Stanford, cientistas de várias instituições norte-americanas fizeram a mais detalhada investigação sobre os anticorpos produzidos em resposta à infecção pelo novo coronavírus. A conclusão do estudo, publicado na revista Science Immunology, é que não há imunidade natural permanente contra a Covid-19.

A pesquisa acompanhou por cinco meses com precisão cirúrgica a evolução dos anticorpos contra o Sars-CoV-2 em 254 pessoas. Conforme o estudo, os anticorpos IgA e IgM (da resposta à infecção ativa, aguda) desaparecem na convalescença – e não importa o grau da Covid-19, de assintomáticos a pessoas que estiveram em UTI à beira da morte.

Pode-se dizer que cinco meses correspondem a uma eternidade para uma doença que não se conhece nem há um ano. Os anticorpos IgG (memória protetora adquirida) ainda duram um pouco mais, mas também desaparecem, mesmo para quem os tinha em grande quantidade.

A primeira mensagem do estudo é que não há imunidade natural adquirida permanente. Pessoas que contraíram Covid-19 grave podem de novo adoecer. A segunda conclusão é que estudos de sorologia (anticorpos) não oferecem um retrato confiável da população que já foi exposta ao coronavírus. Se os anticorpos desaparecem, nem todos os infectados são detectáveis desta forma. Terceira conclusão: ainda não se sabe quanto tempo dura a proteção oferecida por uma vacina e quão frequentes precisarão ser as doses de reforço.

O estudo – que representa o que se sabe de mais atualizado sobre a Covid-19 – deve servir de base não só para pesquisas semelhantes sobre reinfecção – mas também para a potência mínima das vacinas que forem aprovadas contra o novo coronavírus.

Com informações do O Globo

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