As mulheres não se rebaixam e querem igualdade de direitos já

Uma homenagem às mulheres de luta com canções sobre as questões de igualdade de gênero. Todas as músicas são de autoria ou têm participação de mulheres. Elas por Elas.

As compositoras denunciam a violência que fazem o Brasil ser o quinto país mais violento contra as mulheres e o campeão em assassinatos de LGBTs. Neste Dia Internacional da Mulher – 8 de março – as manifestações prometem ser grandes em todo o país.

Todas unidas contra o machismo e em defesa da democracia ameaçada por um governo de extrema-direita, misógino, racista, LGBtfóbico e antinacional. As mulheres entoam o Ele Não para mostrar a sua força por direitos iguais e justiça.

“Gosta de ter o dia livre
Tudo que pinta satisfaz
Dormiu com todos os amigos
Sobreviveu a carnavais
Passa batido pelos casais
Desinibida, vai”

(Desinibida, de Tulipa Ruiz e Tomás Cunha Ferreira)

Pagu, de Rita Lee

Mexo, remexo na inquisição
Só quem já morreu na fogueira
Sabe o que é ser carvão
Hum! Hum!

Eu sou pau pra toda obra
Deus dá asas à minha cobra
Hum! Hum! Hum! Hum!
Minha força não é bruta
Não sou freira, nem sou puta

Porque nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito homem

Nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito homem

Ratatá! Ratatá! Ratatá!
Taratá! Taratá!

Sou rainha do meu tanque
Sou Pagu indignada no palanque
Hanhan! Ah! Hanran!
Fama de porra louca, tudo bem!
Minha mãe é Maria Ninguém
Hanhan! Ah! Hanran!

Não sou atriz, modelo, dançarina
Meu buraco é mais em cima

Porque nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito homem

Nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito homem

Nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito homem

Ratatá! Ratatatá
Hiii! Ratatá
Taratá! Taratá!

100% Feminista, de MC Carol e Karol Conká

Presenciei tudo isso dentro da minha família
Mulher com olho roxo, espancada todo dia
Eu tinha uns cinco anos, mas já entendia
Que mulher apanha se não fizer comida
Mulher oprimida, sem voz, obediente
Quando eu crescer, eu vou ser diferente

Eu cresci
Prazer, Carol bandida
Represento as mulheres, 100% feminista
Eu cresci
Prazer, Carol bandida
Represento as mulheres, 100% feminista

Represento Aqualtune, represento Carolina
Represento Dandara e Chica da Silva
Sou mulher, sou negra, meu cabelo é duro
Forte, autoritária e às vezes frágil, eu assumo
Minha fragilidade não diminui minha força
Eu que mando nessa porra, eu não vou lavar a louça

Sou mulher independente não aceito opressão
Abaixa sua voz, abaixa sua mão

Mais respeito
Sou mulher destemida, minha marra vem do gueto
Se tavam querendo peso, então toma esse dueto
Desde pequenas aprendemos que silêncio não soluciona
Que a revolta vem à tona, pois a justiça não funciona
Me ensinaram que éramos insuficientes
Discordei, pra ser ouvida, o grito tem que ser potente

Eu cresci
Prazer, Karol bandida
Represento as mulheres, 100% feminista
Eu cresci
Prazer, Karol bandida
Represento as mulheres, 100% feminista

Represento Nina, Elza, Dona Celestina
Represento Zeferina, Frida, Dona Brasilina
Tentam nos confundir, distorcem tudo o que eu sei
Século XXI e ainda querem nos limitar com novas leis
A falta de informação enfraquece a mente
Tô no mar crescente porque eu faço diferente

Eu cresci
Prazer, Carol bandida
Represento as mulheres, 100% feminista
Eu cresci
Prazer, Karol bandida
Represento as mulheres, 100% feminista

Eu cresci
Prazer, Carol bandida
Represento as mulheres, 100% feminista

Eu cresci
Prazer, Karol bandida
Represento as mulheres, 100% feminista

100%, por cento, por cento, por cento feminista
100%, por cento, por cento, por cento feminista
100%, por cento, por cento, por cento feminista
100%, por cento, por cento, por cento feminista

Brincadeira de Menina, de Mc Soffia

Dizem que menina não empina pipa no sol
Quem criou a regra que ela não joga futebol?
Que negócio é esse, brincadeira de menina?
As minas fazem tudo, até mandar umas rimas

De menino, de menina, ah
Vamos brincar
Somos crianças, temos que aproveitar

Bom, bom, bom, bom, bom
Ser criança é muito bom
Pra guardar no coração
Bom, bom, bom, bom, bom
Ser criança é muito bom
Pra guardar no coração
Bom, bom, bom, bom, bom
Ser criança é muito bom
Pra guardar no coração
Bom, bom, bom, bom, bom
Ser criança é muito bom

Esconde-esconde, peteca, bolinha de gude e pega-pega
Menino e menina podem brincar de boneca
Hey, hey, hey, ho, ho, ho
Olha lá, a menininha fazendo um monte de gol
Quanta brincadeira, quem diria, sem preocupação
O negócio é alegria e diversão

Vamos aproveitar esse lindo momento
Depois que você cresce
Não volta mais o tempo, é

Ser criança é muito bom
Bom, bom, bom, bom, bom
Ser criança é muito bom
Pra guardar no coração
Bom, bom, bom, bom, bom
Ser criança é muito bom
Pra guardar no coração
Bom, bom, bom, bom, bom
Ser criança é muito bom
Pra guardar no coração
Bom, bom, bom, bom, bom
Ser criança é muito bom

Esconde-esconde, peteca, bolinha de gude e pega-pega
Menino e menina podem brincar de boneca
Hey, hey, hey, ho, ho, ho
Olha lá, a menininha fazendo um monte de gol
Quanta brincadeira, quem diria, sem preocupação
O negócio é alegria e diversão

Vamos aproveitar esse lindo momento
Depois que você cresce
Não volta mais o tempo, é

Ser criança é muito bom
Bom, bom, bom, bom, bom
Ser criança é muito bom
Pra guardar no coração
Bom, bom, bom, bom, bom
Ser criança é muito bom
Pra guardar no coração
Bom, bom, bom, bom, bom
Ser criança é muito bom
Pra guardar no coração
Bom, bom, bom, bom, bom
Ser criança é muito bom

Desinibida, de Tulipa Ruiz e Tomás Cunha Ferreira

Gosta de ter o dia livre
Tudo que pinta satisfaz
Dormiu com todos os amigos
Sobreviveu a carnavais
Passa batido pelos casais
Desinibida, vai

Um jeito tão extrovertido
Seus argumentos são demais
Fala na lata, é concreta
E domestica animais
Tão relaxada
Você se esvai
Vive sem leva e traz

Tcharam, tcharam
Tchurururu, tchurururu

Ela Encanta, de Marina Peralta

Ela encanta
Bem desse jeito, jeito bem feito
Feito do jeito que ela bem quis
E balança
Vem no gingado, estilo bolada
Acalma, bagunça

Ela foi chegando devagar, veio já tirando todo o ar
Desmistificando tudo o que o povo insiste em falar
E a sua roupa ela escolheu, não pediu pra você nem pra eu
Porque ela entendeu que ela mesma manda nesse corpo que é seu

Logo de início quero falar do respeito
Essa mina do seu lado é mais que bunda e peito
Fugir desse assunto, meu mano, é uma vergonha
Ou cê tá achando que nasceu de uma cegonha?

Fica bem aqui, que eu vou te falar
Frida já se foi, mas pediu pra representar
E só pra constar, na minha rima vou lembrar
Você é linda do seu jeito e até quando acaba de acordar!

O sol raiou, e toda essa guerra entre o povo não parou
Seu nome é Betânia, sua mãe é Dona Flor
E referencial de pai só tem o seu avô

Só que seu corre é todo dia, sua luta é mais que grito
Não dá asa pro fuxico nem procura homem rico
Um dia não votava, também não estudava
De casa ela saiu, pra rua foi armada

Armada de ousadia, o medo escondia
Homem privilegiado mais sistema, oprimia
Um salve vai pras mina que na luta botam fé

Lugar de mulher é onde ela quiser!
Lugar de mulher

No rap quebra a banca
No samba tira onda
Reggaera fica a pampa
No funk é que manda

Acalma
Bagunça
Se mostra
Bem como escolheu

Flor de Mulher, de Luana Hansen

(A cada duas horas uma mulher é assassinada no país)
Mulher, no topo da estatística
32 Anos, uma pobre vítima
Vivendo num sistema machista e patriarcal
Onde se espancar uma mulher é natural
A dona do lar, a dupla jornada,
Sempre oprimida, desvalorizada
Até quando eu vou passar despercebida
A cada 5 minutos uma mulher é agredida
E você, pensa que isso é um absurdo
A cada hora 2 mulher sofrem abuso
Sai pra trabalhar, pra quê?
Pra ser encoxada por um zé feito você,
Que diz: “eu não consegui me controlar,
Olha o tamanho da roupa que ela usa, rapá!”
A culpada, em todos os lugares,
Violentada, por gestos, palavras, e olhares
Alvo do mais puro preconceito
Já que tá ruim, ela que não fez direito!
Objeto de satisfação do prazer
Desapropriada da opção do querer
Agredida em sua própria residência
Julgada sempre pela aparência
Numa situação histórica e permanente,
A sociedade que se faz indiferente
Questão cultural, força corporal,
Visão moral, pressão mental
Levanta sua voz e me diz qualé que é
É embassado ou não é… Ser mulher!?
(Se eu sou mulher estou pronta pra lutar)
(Se eu sou mulher eu vou sempre avançar)
(Se eu sou mulher ninguém vai me parar,
Ninguém vai me parar!)

(Se eu sou mulher estou pronta pra lutar)
(Se eu sou mulher eu vou sempre avançar)
(Se eu sou mulher ninguém vai me parar,
Ninguém vai me parar!)

A raiz é o espelho
Do que eu digo
E a semente espalha
Tudo o que é dito
Do seu jardim nasceu a flor desobediente
Enquanto ela existir vai ser diferente
Descluindo e criando
Saltando barreiras
A faraó, a verdadeira
Valente imperatriz, revolucionária
A pioneira, nunca retardatária!
Se gruda nóis pura ousadia
A venenosa, erva daninha
Lider nata na estrina
Mulher ipanema, heroína
No grito e no ferro
Que nunca se entrega
Quebrando o tabu
Destruindo as regras
Autêntica, polêmica, combatente
Coloca a mulher sempre a frente
Enigmática, apoiada pela fé
Decidida, sabe sempre o que quer
Estrategista, de uma mente brilhante
Forte, corajosa, cativante
Guerreira, campeã, atrevida
Na luta diária pra ser reconhecida
A dona do seu corpo imponente
Tira provisão independente
A favor da liberdade eliminando o preconceito
Inteligente, merecedora de respeito
A trabalhadora, a chefe de família,
A produtora, a feminista

Levante a sua voz e me diz qualé que é
É embassado ou não é… Ser mulher!?
(Se eu sou mulher estou pronta pra lutar)
(Se eu sou mulher eu vou sempre avançar)
(Se eu sou mulher ninguém vai me parar,
Ninguém vai me parar!)
(Se eu sou mulher estou pronta pra lutar)
(Se eu sou mulher eu vou sempre avançar)
(Se eu sou mulher ninguém vai me parar,
Ninguém vai me parar!)
Ninguém vai me parar!

A raiz é o espelho
Do que eu digo
E a semente espalha
Tudo o que é dito

Meu Sexo, Larissa Luz e Pedro Itan

Despudorada
Empoderada
Eu não abro mão do meu sexo
Dou uma virada
Uma gargalhada
Sim! Eu quero ser o meu sexo
Quero acontecer sem ter que dizer
Ei!! É o meu sexo!!!
Quem disse que é pra você?!
Pelve solta é equilíbrio
Me descubro ao me mexer
A jornada é sagrada
Eu quero me conhecer
Sinto meu quadril querendo balançar sem restrição
É a realidade do meu corpo
Busco uma conexão!!

Autor