Haroldo Lima sempre presente, por Renildo Calheiros

O nosso desafio agora é transformar a dor da significativa baixa do campo progressista em luta.

O Brasil vive uma tragédia nacional sem precedentes, agravada pela paralisia do governo Bolsonaro diante da pandemia. Hoje devemos chegar à perturbadora marca de 300 mil mortes por coronavírus. Venho à tribuna manifestar profundo pesar e solidariedade a todas as famílias que perderam seus entes queridos.

O dia se tornou ainda mais triste, porque nós do PCdoB perdemos um dos nossos dirigentes históricos mais aguerridos: o ex-deputado federal, Haroldo Lima, que foi líder da nossa Bancada na Constituinte de 1988. Depois de vencer a ditadura militar, ele enfrentou intensa batalha contra o coronavírus, aos 81 anos, e nos deixou na madrugada desta quarta-feira.

Ícone de gerações, Haroldo Lima partiu na véspera do aniversário de 99 anos do PCdoB, legenda que ajudou a construir, onde militou com ousadia e coragem para garantir avanços no Brasil nas últimas décadas. Sua trajetória permanecerá viva em nossas mentes e corações. Vou fazer um breve resumo de sua contribuição ao país para prestar uma homenagem a este camarada tão especial.

A defesa da democracia foi uma de suas marcas. Haroldo Lima foi altivo ao resistir à ditadura militar, tendo inclusive sobrevivido à Chacina da Lapa em 1976. Foi preso e torturado. Anistiado político em 1979, participou ativamente da reconstrução democrática.

Porta-voz de ideias progressistas, foi eleito pelo povo baiano como deputado federal por cinco vezes consecutivas a partir de 1982. Teve papel fundamental na edificação de um partido forte em solo baiano, sua terra natal, mas também em nível nacional. Ele nasceu em Caetité em 7 de outubro de 1939.

Engenheiro elétrico de formação, esse militante histórico também atuou em favor da soberania nacional na exploração da riqueza do pré-sal e no fortalecimento da Petrobras. Destacou-se como diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nos governos dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Deixou ainda fértil produção intelectual de artigos, ensaios, livros e vídeos, que nos guiam nas tarefas cotidianas.

O nosso desafio agora é transformar a dor da significativa baixa do campo progressista em luta. O seu legado político estimula que estejamos ainda mais mobilizados em defesa dos interesses dos brasileiros, lutando em favor de vacinas, da economia e da democracia.

Em nome de Haroldo Lima e de todas as famílias que sofrem pela falta de seus parentes, estaremos ainda mais focados no enfrentamento da pandemia, articulando e aprovando medidas concretas no Congresso Nacional para juntos vencermos a Covid-19. Viva, Haroldo Lima! Haroldo Lima sempre presente!

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