São Paulo entra na fila da Soberana, a vacina cubana

Prefeitura da capital paulista negocia doses da vacina contra a covid-19, com tratativas para instalação de fábrica

Está prevista para iniciar nas primeiras semanas de maio a intervenção populacional em Havana com as vacinas candidatas, que deve incluir cerca de 1,7 milhão de habitantes da capital. Foto: Ariel Cecilio Lemus

A secretária de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy informou nesta quarta-feira (28), que a gestão abriu negociações com Cuba para compra da vacina Soberana 2, contra a Covid-19. A ex-prefeita ressaltou que as tratativas são iniciais, mas envolvem também a possibilidade de instalação de uma fábrica do imunizante na capital paulista. O anúncio foi feito durante audiência da Comissão Extraordinária de Relações Internacionais da Câmara de São Paulo.

A ex-senadora ressaltou a tradição de excelência das vacinas cubanas, lembrando que Cuba foi a primeira que fez a vacina para hepatite, “apoiada pela OMS”. A vacina Soberana 2 está na fase três de testagens, a fase mais avançada, portanto, a prefeitura paulistana “se colocou na fila pela vacina, manifestando interesse na compra”.

De acordo com a secretária, o interesse de outros países pode limitar o acesso à vacina, quando ficar pronta, por isso, a antecipação de “entrar na fila”.

Sobre a tentativa de implantar uma fábrica da Soberana na cidade, Marta afirmou que já tem autorização de Bruno Covas (PSDB) e aceitação dos representantes cubanos. “A gente fabrica o insumo aqui e não fica mais na dependência. Não tem nenhuma ilusão de que essa história de vírus vai acabar.”

Mas Marta admite que a negociação depende de testagens, aprovação internacional, além da autorização da Anvisa. Mas a antecipação é fundamental, quando o governo federal não se interessa por negociações de vacinas. Foi o que mostraram as negociações do governo do estado de São Paulo com a China pela Coronavac, quando o governo Bolsonaro não se mobilizava e criticava as negociações com os chineses.

Marta ainda disse que a Prefeitura de São Paulo já havia fechado compras da Sputnik V, da Rússia, mas que agora, como a Anvisa rejeitou a importação das vacinas, o cenário é incerto.

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