Greve no Metrô: intransigência é do governo Doria, diz Fajardo
Em assembleia dos metroviários, 93,5% aprovaram a proposta do TRT e 75,9% foram favoráveis a suspender a greve
Publicado 21/05/2021 09:40 | Editado 22/05/2021 11:43
Os metroviários de São Paulo suspenderam a greve iniciada na quarta-feira (19) após aceitarem a contraproposta do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) e do Ministério Público do Trabalho (MPT). A decisão foi tomada em assembleia virtual.
Apesar da postura mais flexível dos trabalhadores, o governo João Doria e o Metrô não aceitaram a proposta – que prevê reajuste de 7,79% na data-base (1º de maio) deste ano. O percentual seria aplicado a salários e benefícios, como o vale-refeição e o vale-alimentação.
Agora, sem acordo, o TRT deve julgar o dissídio coletivo – a audiência ainda não foi agendada. Para Wagner Fajardo, coordenador-geral do Sindicato, a categoria mostrou força e coerência. “Ficou claro quem é o intransigente nessa história e não quer negociar”, diz.
De 3.274 participantes da assembleia dos metroviários, 3.064 (93,5%) aprovaram a proposta do TRT, que foi formulada em conjunto com o MPT Ministério Público do Trabalho. Além disso, 2.488 (75,9%) foram favoráveis a suspender a greve. Também seria paga a segunda parcela da Participação nos Resultados de 2019, em janeiro de 2022. A próxima assembleia virtual será na próxima terça-feira (25).
Para Fajardo, a proposta conciliatória é aceitável. “É um limite que temos frente à intransigência do Metrô”, comenta. Desde o início da pandemia, metroviários lutam para preservar direitos da Convenção Coletiva. Embora prestem um serviço considerado essencial, eles amargam dois anos sem reajuste e não pagamento na Participação nos Resultados.
Mesmo com a crise sanitária, o governo paulista deixou as condições de trabalho no Metrô se precarizarem. “Falta operador de trem, falta pessoal na manutenção. Tudo isso piorou na pandemia”, denuncia Fajardo. “Tivemos que lutar muito pela imunização de parte da categoria. Ainda tem muita gente sem vacina.”
Outra evidência do descaso da empresa foi registrada próprio no dia da greve. Para fazer parte do sistema operar, o Metrô remanejou funcionários sem treinamento adequado para conduzir trem. Com isso, segundo Fajardo, um metroviário foi atropelado por uma composição e está internado em estado grave. “Sempre alertamos – e o pior aconteceu”, diz o dirigente sindical.
Com informações do Sindicato dos Metroviários e da Agência Sindical