CPI da Covid quer saber quem autorizou argentinos a jogar

O senador Randolfe baseia-se no fato da própria Conmebol ter declarado que havia um ‘acordo’ para com as autoridades do governo brasileiro para a participação dos quatro jogadores que foram identificados pela Anvisa burlando as normas sanitárias do nosso país.

Após suspensão de Brasil x Argentina, Seleção treina na Arena Corinthians. Lucas Figueiredo/CBF

O vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou nas redes sociais que vai protocolar um pedido de informações sobre quem autorizou os jogadores argentinos a entrar em campo no domingo (6), no escândalo que acabou impedindo a partida sob ameaça de deportação de jogadores acusados de entrar no Brasil de forma irregular para os protocolos sanitários.

Segundo o vice-presidente da Comissão, se não obtiver as informações, a CPI estuda convocar CBF ou Anvisa. “Vamos enviar requerimento à CBF, através da CPI da Pandemia, solicitando resposta para o seguinte: Com quais autoridades o Governo Brasileiro fez ‘acordo’ para burlar as regras sanitárias da Anvisa?”, escreveu o senador no Twitter.

Randolfe baseia-se no fato da própria Conmebol ter declarado que havia um ‘acordo’ para com as autoridades do governo brasileiro para a participação dos quatro jogadores que foram identificados pela Anvisa burlando as normas sanitárias do nosso país. Ele salienta que a questão esportiva importa menos, mas, sim, a preocupação de quem são as autoridades brasileiras que teriam constituído “eventual acordo que tenha ocorrido burla às normas sanitárias do nosso país.”

Caso não receba essas informações, a CPI analisará a possibilidade de convocar alguém da CBF ou Anvisa.

O Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde recebeu a primeira denúncia no caso dos quatro jogadores argentinos na noite de sexta-feira (3). É o que revela relatório sobre o caso recebido pelo jornalista do UOL, Diego Garcia.

Na denúncia, foi informado ao órgão que os jogadores haviam desembarcado no Brasil no mesmo dia, ainda que tivessem passado pelo Reino Unido nos últimos 14 dias, o que é proibido pela lei criada para combater o avanço da covid-19 no Brasil.

Os atletas omitiram a passagem pelo Reino Unido no campo “histórico de viagens” e todas as declarações foram preenchidas por uma única pessoa, Fernando Ariel Batista, treinador das seleções de base da Associação de Futebol Argentino (AFA). Após reuniões com CBF e Conmebol e notificação à AFA, as exigências da Anvisa foram ignoradas.

Desta forma, neste domingo (5), agentes da Anvisa entraram no gramado da Neo Química Arena e interromperam o jogo entre Brasil e Argentina pelas Eliminatórias. O objetivo foi impedir que os quatro jogadores argentinos que vieram da Inglaterra e não cumpriram quarentena disputassem o confronto contra a seleção brasileira.

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