Famílias com auxílio perdem 79% do poder de compra da cesta básica

Estudo da USP aponta que auxílio deveria ser de pelo menos R$ 701,66 para cobrir o custo do item essencial. Sob Bolsonaro e Guedes, inflação e cortes no benefício dizimaram renda dos mais vulneráveis.

A dupla Jair Bolsonaro e Paulo Guedes continua a produzir estragos na economia e a massacrar o trabalhador brasileiro. Juntos, o descontrole inflacionário e os cortes no auxílio emergencial provocaram efeitos devastares no poder de compra das famílias que recebem o auxílio emergencial. O poder de compra da população mais vulnerável, no caso da cesta básica, foi reduzido em até 78,7% na região metropolitana de São Paulo, revela um levantamento do economista Matias Cardomingo, pesquisador do Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades (Made) da Universidade de São Paulo (USP), para o UOL.

O estudo compara o cenário atual com o da época em que o auxílio foi instituído, em abril de 2020, quando as famílias recebiam entre R$ 600 e R$ 1.200. Naquele mês, a cesta básica girava em torno de R$ 556,25. É aí que entra o saco de maldades de Bolsonaro e Guedes. Ao mesmo tempo em que o valor da cesta subiu quase 17% no período, o valor do auxílio foi reduzido para R$ 375 (no caso valor mais alto), R$ 250 e R$ 150.

Segundo o estudo, o valor mínimo do auxílio cobre apenas 23% dos itens que compõem uma cesta básica no valor de R$ 650,50, segundo dados de agosto deste ano do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Os dados indicam ainda que, para assegurar o mesmo poder de compra de abril de 2020, o auxílio deveria ser de R$ 701,66, No caso de mulheres que sustentam sozinhas a família, o valor teria de chegar a R$ 1.403,

Inflação

Como Bolsonaro e Guedes não possuem uma agenda econômica para gerar emprego e apostam apenas em entregar o patrimônio nacional ao capital estrangeiro, a inflação desempenha papel central na equação. Entre abril de 2020 e agosto de 2021, a inflação medida pelo INPC girou em torno de 11,1%. O cálculo do IBGE abrange o índice de inflação para famílias que ganham entre um e cinco salários mínimos.

Para piorar, o auxílio pago pelo governo hoje chega a menos pessoas do que em 2020. Em julho deste ano, 39,4 milhões de pessoas receberam o benefício.  No ano passado, 68,2 milhões de pessoas receberam o auxílio, segundo o Ministério da Cidadania. Ou seja, além de oferecer menos recursos, Bolsonaro e Guedes deixaram milhões de brasileiros ao relento.

Botijão de gás explode

Outro dado que comprova como a situação das famílias é desesperadora é a erosão do poder de compra do cozinha. Em abril de 2020, o auxílio garantia o pagamento de até oito botijões de gás. Atualmente, não é suficiente para comprar nem dois. Naquele mês, o valor do botijão era de R$ 68,96, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Hoje o valor médio do item ultrapassa R$ 92.

Segundo Marcio Pochmann, economista, presidente do Instituto Lula, professor do Instituto de Economia e pesquisador do Centro de Estudos Sindicais da UNICAMP, o atual auxílio tenta estimular uma economia em “coma”.  Ouvido pelo UOL, o economista apontou que a inflação é resultado da alta do dólar, o preço da energia elétrica e do aumento nos custos de produção.

Fonte: PT Nacional, com informações do UOL