General Heleno orientava fascistas contra STF, revela Sara Winter

O ministro chamou a então “musa dos fascistas” até o Palácio “para dar orientações”. “Foi quando ele pediu para deixar a imprensa e Maia de lado e concentrar os ataques no STF”, disse a organizadora dos “300 do Brasil”

(Foto: Reprodução/Instagram/Sara Winter)

Após o fiasco do golpe do “7 de Setembro”, começa a vir à tona com mais detalhes o modus operandi fascista de Bolsonaro e de sua trupe palaciana. Sara ‘Winter’ Giromini, uma lunática seguidora do governo, que chegou a fazer uma ridícula imitação, com seus “300 do Brasil”, da marcha das tochas dos nazistas na Praça dos Três Poderes, abandonada pelo governo, resolveu abrir o jogo: “éramos orientados pelo ministro Augusto Heleno”, afirmou.

“Ele pediu para deixar de bater na imprensa e no Maia e redirecionar todos os esforços contra o Supremo Tribunal Federal (STF)”, acrescentou ela, em entrevista à revista IstoÉ, publicada nesta sábado (20).

Foi nesta ocasião que os fascistas apontaram seus foguetes para o prédio do Supremo, simulando um bombardeio contra os ministros. Eles eram insuflados quase diariamente pelas aglomerações feitas por Bolsonaro nos Três Poderes.

Na entrevista, ela diz que não foi só o Planalto que orientou o grupo radical. Ela aponta o deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), preso até recentemente, Carla Zambelli (PSL-SP), Sargento Fahur (PSL-PR) e Bia Kicis (PSL-DF) foram muito influentes na organização.

Diferente de Augusto Heleno, a deputada Carla Zambelli insistia em atacar Rodrigo Maia, então presidente da Câmara. Já Bia Kicis, informou Winter, era responsável pela ajuda na organização. Bolsonaro tinha influência direta no grupo mas não podia aparecer, “para não sofrer represálias”, contou.

“A Bia Kicis ensinou a gente a chamar a atenção da imprensa”, disse. “A estrutura ficou a cargo da Bia”, acrescentou. “Ela cedeu o assessor Evandro Araújo e colocou o advogado de seu gabinete para acompanhar as reuniões com a Secretaria de Segurança do DF”, prosseguiu a representante do acampamento fascista “300 do Brasil”.

Um dia, Augusto Heleno chamou Sara Winter até o Palácio “para orientações”. Foi quando, segundo ela, Heleno pediu para concentrar os ataques no STF.

A entrevistada de IstoÉ disse também que quem deu orientações ideológicas a ela quando saiu da esquerda foi a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos do governo Jair Bolsonaro, Damares Alves. Sara disse que elas eram amigas e que “Damares ficou sabendo que eu seria presa e pediu para eu sair do acampamento”.

Ela disse que ficou com medo ao resolver contar tudo o que sabia. “Quando anunciei que ia contar tudo que eu sabia sobre o bolsonarismo, o Planalto surtou e fez uma reunião ministerial”, afirmou a golpista arrependida. “Não tem mais como defender Bolsonaro”, acrescentou. “Rachadinhas e milícias são tipos de assuntos proibidos”, prosseguiu ela, apontando os filhos como os “cães de guarda do capitão”.

Fonte: Hora do Povo