São quase 700 mil brasileiros em tratamento contra o HIV
Só neste ano, 45 mil pessoas iniciaram o tratamento no país
Publicado 01/12/2021 20:45 | Editado 01/12/2021 20:53

No Brasil, 694 mil pessoas estão em tratamento contra o HIV. Apenas neste ano, 45 mil novos pacientes iniciaram a chamada terapia antirretroviral. De acordo com o Ministério da Saúde, os números representam cobertura de 81% das pessoas diagnosticadas com HIV no país. Do total de pacientes em tratamento, 95% já não transmitem o vírus por via sexual por terem atingido carga viral suprimida. Os números foram divulgados pela pasta nesta quarta-feira (1º), Dia Mundial de Luta contra a Aids.
Esta quarta-feira (1º) é o Dia Mundial de Luta contra a Aids e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) escolheu como tema “Acabe com as desigualdades. Acabe com a Aids. Acabe com as pandemias”.
Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, divulgados pelo Boletim Epidemiológico de HIV/Aids de 2021, mostram que, no ano passado, foram notificados 29.917 casos de aids no Brasil contra 37.731 em 2019 – uma queda de 20,7%.
“Segundo especialistas, ainda que se observe um arrefecimento, a situação ainda preocupa, visto que os registros de óbitos pela doença continuam”, alertou o ministério. Em 2020, foram 10.417 mortes por aids contra 10.687 no ano anterior – uma queda de apenas 2,52%.
Em toda a série histórica, o Brasil registrou 381.793 casos notificados do vírus. Desses, 69,8% foram em pessoas do sexo masculino e 30,2% do sexo feminino. Mais de 50% dos casos atingem homens e mulheres de 20 a 34 anos.
Além disso, foram notificados 7,8 mil casos de HIV em gestantes, o que representa uma taxa de detecção de 2,7 casos para cada mil nascidos vivos, com aumento de 30,3% na taxa de detecção em dez anos. Ao todo, o país registrou 32.701 casos de HIV no ano passado contra 43.312 em 2019 – uma redução de 10.611 casos.
Doença
A aids é causada pela infecção pelo HIV, que ataca o sistema imunológico, responsável pela defesa do organismo. O vírus é capaz de alterar o DNA de uma das células do corpo humano e fazer cópias de si mesmo. Ao se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.
A transmissão ocorre por meio do sexo vaginal, anal ou oral sem camisinha; pelo uso de seringa por mais de uma pessoa; por transfusão de sangue contaminado e pelo uso de instrumentos não esterilizados que furam ou cortam. É possível transmitir o vírus também durante a gravidez, no momento do parto e na amamentação.
As pessoas que vivem com HIV não transmitem a doença das seguintes formas: masturbação a dois; beijo no rosto ou na boca; suor e lágrima; picada de inseto; aperto de mão ou abraço; sabonete, toalha, lençóis; talheres e copos; assento de ônibus; piscina; banheiro; doação de sangue; pelo ar.
A melhor prevenção contra o risco de contágio é o uso de preservativos.
40 anos em desaceleração
No período de 1980 até o mês de junho do ano passado, o Ministério da Saúde detectou um milhão e 11 mil casos de Aids no Brasil. Apesar de atingir tantos brasileiros, desacelerou no começo deste século. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), do ano 2000 até 2019, as novas infecções pelo HIV caíram 39%, e as mortes relacionadas ao HIV caíram 51%.
O tratamento, como aquele oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ficou mais simples e permite que uma pessoa infectada não desenvolva a doença.
A OMS estima que 81% das pessoas com HIV no planeta conhecem essa condição. E seis em cada 10 infectados pelo HIV estão indetectáveis, devido ao tratamento com remédios antirretrovirais. Ou seja, têm cargas virais tão baixas que não transmitem mais o vírus, pelo menos durante a relação sexual. De 2000 até 2019, mais de 15 milhões de vidas foram salvas por esses tratamentos.
Mas, para quase um quinto dos infectados, a descoberta ocorre tarde demais, quando a Aids já se desenvolveu. Desde o fim dos anos 1970, mais de 33 milhões de pessoas morreram por causa da doença em todo o mundo.
A OMS avalia que a pandemia de covid-19 agravou as desigualdades sanitárias e dificultou o acesso aos serviços de saúde. Por isso, a entidade aproveita o dia de hoje para convocar os líderes mundiais a se unirem para garantir o atendimento adequado para prevenir as infecções e tratar as pessoas infectadas pelo HIV.
Com informações da Agência Brasil