Missão central da federação partidária é derrotar Bolsonaro , diz Luciana Santos

Assembleia com PT, PCdoB e PV aprovará estatuto e programa da federação

Foto: Ascom

A federação partidária entre PT, PCdoB e PV será oficializada na tarde desta quinta-feira (14), em assembleia que aprovará seu estatuto e seu programa. Na visão da presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos, “a unidade e o espírito construtivo foi o que marcou o processo de consolidação da federação”. Além disso, pesou o consenso de que a prioridade política na atualidade é derrotar o governo Jair Bolsonaro.  

“Salvo uma ou outra consideração, o programa da federação é, em essência, uma síntese do que temos de convergência programática”, afirmou Luciana, nesta quarta-feira (13), durante reunião extraordinária do Comitê Central do PCdoB. PT e PV também reuniram suas direções nacionais nesta data, a fim de aprovar as propostas de estatuto e programa da federação.

De acordo com Luciana, na construção desses documentos, houve “muito consenso” entre petistas, comunistas e verdes. “Um dos últimos ajustes diz respeito ao nome oficial da federação. Temos até amanhã para ‘bater o martelo’.”

Até maio, outros partidos podem se somar à federação. “A assembleia de fundação de nossa federação já é uma grande vitória – algo importante para a cultura política do País. Mas, mesmo que estejamos dando passos iniciais, as portas estão abertas para o PSB, o PSOL, a Rede e o PDT”, declarou Luciana.

A presidenta do PCdoB ressalta que o estatuto da federação partidária assegura condições democráticas de atuação para todos os partidos. “Elementos que considerávamos importantes estarão presentes, tais como quórum qualificado para deliberação e proporcionalidade para a composição da assembleia e da comissão executiva.”

Uma vez fundada, a federação terá, de cara, o desafio das eleições 2022 – e a missão central de derrotar Bolsonaro. “É a disputa eleitoral mais relevante dos últimos 30 anos”, resume Luciana. A federação vai aderir à pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que também conta com o apoio do PSB.

Em seu informe ao Comitê Central, Luciana destacou que Bolsonaro tem investido cada vez mais no “uso indiscriminado da máquina do Estado, dos recursos do orçamento secreto e de todos os instrumentos de poder que a Presidência da República possui”. Com isso, o presidente mostra resiliência. “Parcelas das elites ainda preferem Bolsonaro ao risco do retorno de Lula.”

Enquanto isso, a seis meses da eleição, a pré-candidatura de Lula tem de “ampliar o arco de alianças”, para garantir não apenas uma “boa arrancada” – mas, sobretudo, a vitória nas urnas. A federação partidária, base dessa composição, precisa buscar mais forças, em busca de uma ampla frente anti-Bolsonaro.

“A batalha será dura, desigual e desleal”, afirma Luciana. “A campanha deve ter uma dimensão de participação popular. Temos de transformar o eleitor em um militante da campanha – ampliar e mobilizar o povo.”

O projeto do PCdoB implica também a eleição de uma bancada qualificada para o Congresso Nacional. “Nossas candidaturas estão calçadas em figuras que estiveram na linha de frente ao enfrentamento a Bolsonaro, com muitos quadros, mulheres e negros. É gente com a cara do nosso povo, que está com gosto de fazer o bom combate.”

Para pôr esse projeto de pé, a federação partidária foi um passo decisivo. “O dia de hoje é um marco a ser celebrado. A consolidação desta frente popular nos abre perspectiva de virada política”, afirma Luciana. “No ano do centenário do PCdoB, vamos à luta, nas ruas e com amplitude, para eleger a ‘bancada do centenário’ e um novo presidente para o Brasil.”

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