A luta da enfermagem por um piso salarial para a categoria

O SUS é um sistema universal, integral e equânime, um verdadeiro tesouro nacional. Entretanto, assim como as universidades públicas, ele vem sofrendo com o sucateamento e o ataque contra tudo aquilo que é do povo.

A pandemia de COVID-19 deixou claro que, sem o SUS, a população passaria por tempos ainda mais sombrios e que valorizar esse sistema de saúde é um dever de todo brasileiro.

No entanto, não tem como defender um projeto de saúde sem falar da maior classe trabalhadora da área da saúde que é a enfermagem. São mais de dois milhões de profissionais, sendo auxiliares, técnicos, enfermeiros e parteiras que trabalham em situações precárias, correndo risco de vida por um salário extremamente baixo. Só cresce o número de profissionais da enfermagem que se suicidam ou adquirem transtornos psicológicos pelo excesso de trabalho, porque apenas um não é o bastante para se sustentar. E não existe nada mais culpado por essa situação do que o capitalismo e todas as suas estruturas de opressão.

Investir no trabalho da enfermagem impulsiona a educação em saúde, melhorando o plano de promoção, prevenção e vigilância. No entanto, é muito mais lucrativo que nossa população esteja doente, vender remédios e tratamentos é melhor para os negócios do que educar a população para prevenir doenças, mesmo sendo a melhor estratégia para uma saúde de qualidade.

E é um fato que esse sistema extremamente machista não suportaria ver uma profissão majoritariamente feminina conquistar maiores e melhores espaços, sendo responsáveis pelo avanço da saúde pública no nosso país.

Logo, é preciso uma mobilização massiva na luta pela aprovação do Projeto de Lei 2.564/2022 que prevê um piso salarial nacional para os profissionais de enfermagem. Com isso, caminharemos para uma saúde de qualidade, valorizando o SUS e criando melhores condições para uma saúde melhor dos brasileiros.

*Estudante de Enfermagem, técnico de Enfermagem em Fortaleza (CE)