“Ele vai ter que aprender a perder”, diz Lula sobre Bolsonaro

Em Maceió, o ex-presidente avisou que “do jeito que estão, pode juntar ele, o Trump e quem mais ele quiser que a gente vai desamarrar e quebrar as correntes desse país”.

Foto: Ricardo Stuckert

Uma multidão lotou o Centro de Convenções de Maceió na noite de ontem (17) em ato de apoio ao ex-presidente Lula, pré-candidato à presidência e seu companheiro de chapa Geraldo Alckmin. Muita gente que não conseguiu entrar assistiu ao evento pelos telões na entrada do prédio.

Presentes ao ato, o governador de Alagoas, Paulo Dantas, o ex-governador, Renan Filho, o senador Renan Calheiros, deputados estaduais, representantes dos partidos da coligação de movimentos sociais e a militância do movimento Vamos Juntos pelo Brasil.

Foto: Ricardo Stuckert

“Ele vai ter que aprender que a democracia é maior do que ele. Ele vai ter que aprender que a vontade do povo brasileiro é maior do que a vontade das pessoas que estão com ele. Ele vai ter que aprender a perder”, disse Lula em referência ao seu principal opositor. Lembrou ainda que Bolsonaro foi aos Estados Unidos pedir ajuda para derrota-lo, mas avisou que “do jeito que estão, pode juntar ele, o Trump e quem mais ele quiser que a gente vai desamarrar e quebrar as correntes desse país”.

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Procurando ampliar a frente que o apoia, Lula afirmou que “devo muito ao Renan e ao companheiro José Sarney, que está com 92 anos”. Tanto Renan quanto Sarney foram presidentes do Senado quando ele era presidente.

Avaliando a situação atual do Brasil, Lula disse que o Brasil “não merecia voltar a ter problemas que foram superados nos governos petistas, como desemprego, fome e desnutrição, e que, se pudesse, proporia um casamento coletivo com a população brasileira para mudar a história de retrocessos e fazer o país voltar a ser feliz de novo”.

Foto: Ricardo Stuckert

Para o ex-presidente, em quatro anos, é possível fazer a economia crescer, gerar empregos de qualidade com proteção social e dar condições de vida digna para a população. “Quero voltar porque quero provar que o povo brasileiro não precisa ficar no açougue esperando osso ou comendo carcaça de frango. Quero voltar porque quero provar que o povo pode voltar a comer carne de qualidade, coxa e sobrecoxa, e não só pé e osso. (…) Quero fazer em quatro anos, o que a elite brasileira não fez em quatrocentos anos nesse país”.

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Lula lembrou o legado de suas gestões anteriores, com programas de inclusão social, construção e universidades e escolas técnicas, o programa habitacional Minha Casa Minha Vida, a construção de cisternas para garantir água à população e a transposição do Rio São Francisco, planejada desde os tempos de Dom Pedro, mas que só saiu do papel em seu governo.

Reconhecido por Lula, o senador Renan Calheiros afirmou que o Brasil vai decidir não apenas sobre programas de governo, propostas para desenvolvimento ou ideário econômico. “Vamos decidir é entre o desconhecimento e a ciência, é entre o negacionismo e a ciência, entre a verdade e a mentira, entre o bem e o mal, entre a democracia e os pendores autocráticos e tirânicos de Jair Bolsonaro. É isso que nós vamos ter que combater”.

O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, destacou os avanços de Alagoas com a gestão Renan Filho e também lembrou do protagonismo internacional que o Brasil tinha nos tempos de Lula e perdeu no governo Bolsonaro. Bolsonaro tirou o Brasil do mapa do mundo e colocou no mapa da fome. O Brasil tem pressa, presidente. É preciso recuperar a democracia e fazer o Brasil voltar a crescer”, afirmou.

Foto: Ricardo Stuckert

Além de entidades do movimento social, falaram ainda os representantes dos partidos políticos que estão na coligação. Cicero Filho, presidente do diretório municipal do PCdoB de Maceió, trouxe uma mensagem de fé e esperança. “Nossos jovens não precisam de armas, nossos jovens precisam ter um livro numa mão e um instrumento musical em outra, ter acesso à cultura, ao teatro, ao lazer, à literatura, à música e ao esporte. Isso muda a vida, isso salva vidas. A dor não pode ser a regra, as pessoas não podem passar fome. Precisamos ter esperança que teremos um país melhor”, falou.

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Pelo PV falou o deputado estadual Sílvio Camelo, que destacou a história de seu partido com Geraldo Alckmin, aliados no estado de São Paulo quando ele foi governador.

A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, disse que o Brasil não pode ficar nas mãos de alguém como Bolsonaro. “Não podemos deixar o Brasil continuar com esse homem. Um homem que tem as mãos sujas do sangue do Dom e do Bruno. Um homem que não sabe o que falar e que dar o golpe no Brasil. Vamos dizer para eles que quem vai dar o xeque-mate é o povo brasileiro.

Assista ao ato na íntegra:

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