Jair gastou R$ 4,2 milhões no cartão corporativo em 35 dias

Há suspeitas de que a sua “pré-campanha” à reeleição esteja sendo paga com recursos públicos. Em nota, o deputado Elias Vaz (PSB/GO) afirmou que acionará o Tribunal Superior Eleitoral

Picanha servida por Bolsonaro custa mais de R$ 1.700 o quilo.

A inflação e a carestia não fazem parte do dia a dia de Jair Bolsonaro. Suas extravagâncias, sejam as gastronômicas ou de lazer, são pagas com o cartão corporativo da presidência da República, enquanto o povo mal consegue dinheiro para comprar comida. Já são mais de 33 milhões de brasileiros passando fome, conforme o 2º Inquérito sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil.

No mês de maio, os gastos de Bolsonaro com o cartão corporativo chegaram a 4,2 milhões de reais em apenas 35 dias. A informação foi obtida pelo deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) e se refere ao período entre 1º de abril e 5 de maio.

Além disso, há suspeitas de que a sua “pré-campanha” à reeleição esteja sendo paga com recursos públicos. Em nota, o deputado Elias Vaz afirmou que acionará o Tribunal Superior Eleitoral: “Há evidências de que Bolsonaro está fazendo campanha de forma irregular, antes do prazo legal, e, para piorar, com dinheiro público. Quem está pagando pelas motociatas em vários estados do país é o cidadão”, denunciou.

Suspeita é de as motociatas são pagas com dinheiro público por meio dos cartões corporativos. Foto: reprodução do Facebook

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Os gastos com o cartão corporativo são crescentes. Começou com gastos mensais de 736,6 mil no primeiro ano; passou para R$ 862,1 mil, em 2020; em 2021, o cartão ficou ainda mais caro – R$ 1,1 milhão por mês. Segundo o Tribunal de Contas da União, Bolsonaro gastou ao menos 21 milhões de reais entre janeiro de 2019 e março de 2021.

Só para abastecer a geladeira do Palácio, incluindo itens como picanha de R$ 1.700, o desembolso de dinheiro público ficou, em média, R$ 96.300 por mês.

Ao mesmo tempo em que gasta sem controle usando o cartão corporativo, Bolsonaro é responsável pela diminuição do poder de compra do salário mínimo. Será o primeiro presidente da República a deixar o governo com um mínimo menor do que quando assumiu.

Estudo feito pelo jornal Folha de S. Paulo, mostra diversas viagens a passeio bancadas pelo dinheiro público: 16,5 milhões de reais foram gastos em pagamentos de hospedagem, alimentação e apoio operacional. Em vez de governar, de enfrentar os graves problemas do país, Bolsonaro vive fazendo motociatas pelo país. A desconfiança é que esses passeios de campanha eleitoral são pagos com dinheiro público.

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Para efeito de comparação, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) gastou R$ 960 mil por mês na pré-campanha de 2014; e Michel Temer (MDB), R$ 560 mil em 2018 – quando chegou a ser pré-candidato. Os dados não são comparáveis com as gestões do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já que houve uma mudança de regras sobre o uso do cartão.

Um trecho da auditoria do TCU constata despesas indevidas do governo com a utilização da aeronave presidencial para transportar, em viagens de agenda privada, pessoas que não são seus familiares diretos, bem como pagamento de despesa de hospedagem de pessoas que não são autoridades.

Os dados foram obtidos pela Folha de S. Paulo no Portal da Transparência do governo federal, que reúne informações de 2013 a maio de 2022. Os valores foram corrigidos pela inflação do período.

*Com informações do Hora do Povo

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