Auxílio Brasil de R$600 é eleitoreiro e só dura até dezembro

Valor a mais de R$200 somente até o final do ano traz preocupação às famílias, que têm utilizado o dinheiro para não passarem fome.

Foto: Elineudo Meira/Fotos Públicas

O governo Bolsonaro irá pagar, até dezembro, cinco parcelas de R$ 600 do Auxílio Brasil, aumentado em R$ 200, a fim de angariar o apoio entre os mais necessitados às vésperas das eleições 2022. A medida desesperada ocorre porque Bolsonaro está atrás nas pesquisas de intenção de voto. No entanto, a opinião pública já classificou a elevação do auxílio como ato eleitoreiro.

Reportagem da Folha de S. Paulo conversou com alguns beneficiários do programa e todos demostraram lucidez quanto à natureza do aumento. A situação dos brasileiros, retratada na reportagem, é desesperadora, pois contam com o dinheiro para necessidades básicas, sendo que muitos utilizarão o valor a mais para se alimentar melhor.

Lula manterá os R$ 600!

O governo federal quer antecipar os pagamentos das parcelas já com o acréscimo de valor para o início de agosto para tentar diminuir a vantagem de Lula nas pesquisas, porém a população, como traz o texto da Folha, sabe que é algo transitório e se preocupa com o valor do Auxílio Brasil para o próximo ano.

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Conforme já afirmou Lula, pré-candidato à presidência e líder nas pesquisas de intenção de voto, o auxílio de R$600 será mantido se eleito e, como aponta as diretrizes do seu programa de governo junto com Geraldo Alckmin, é planejado um programa rumo a uma renda básica de cidadania.

Desespero de Bolsonaro

Aumentar o valor do auxílio em ano eleitoral é vedado pela legislação, a não ser em casos de calamidade pública. Esta foi a maneira de Bolsonaro emplacar o aumento pela PEC 1/2022, chamada de PEC do Desespero, para tentar reverter a sua impopularidade se valendo da carestia pela qual passa o povo brasileiro.

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Redesenho do Programa

Em matéria do Valor Econômico, especialistas enxergam que o Auxílio Brasil está com critérios errados de cadastro e distribuição do benefício, fato que criou uma fila imensa de pessoas necessitadas à espera da ajuda. Dados da CNM (Confederação Nacional dos Municípios) indicam que 2,7 milhões de famílias estão na fila do Auxílio Brasil.

Conforme a reportagem, existe risco de explosão da pobreza com a volta do auxílio para R$400, como Bolsonaro pretende fazer caso eleito, pois ele só garantiu o aumento até dezembro por meio da PEC do Desespero.

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Também afirmam que o programa é mal desenhado, uma vez que o valor pago de auxílio é feito por indivíduo, não por família. Isso permite que pessoas que moram juntas se cadastrem como se morassem em locais diferentes para receber de forma duplicada.

Além disso, são necessários mais critérios sobre os cadastrados e o número de integrantes que compõem cada família, ao contrário dos atuais controles baseados apenas na renda familiar. Da forma como está, o sistema não consegue atingir quem mais precisa de forma igualitária.

Com informações Folha de São Paulo e Valor Econômico