Operação da Polícia Federal investiga companhia comandada pelo Centrão 

Esquema de fraudes e desvio de recursos públicos envolve Codevasf, que foi entregue pelo governo Bolsonaro para o controle do Centrão

Foto: reprodução/Polícia Federal

Com o objetivo de dar prosseguimento às investigações sobre suspeitas de fraude e desvio de recursos federais envolvendo a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), a Polícia Federal cumpriu nesta quarta-feira (20), 16 mandados de busca e prisão em cidades do Maranhão, como parte da Operação Odoacro. Além de itens de luxo, a ação de hoje apreendeu cerca de R$ 1,3 milhão. 

A Codevasf, que tem como missão realizar obras e serviços no Nordeste, Norte e Distrito Federal, teve seu comando entregue por Jair Bolsonaro (PL) ao Centrão, pilar de sustentação de seu governo, e tem sido incrementada por bilhões em recursos públicos e emendas parlamentares nos últimos anos.

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Entre 2018 e 2021, o valor do Orçamento federal destinado à empresa saltou de R$ 1,3 bilhão para R$ 3,4 bi. Além disso, os recursos resultantes de emendas saíram de R$ 302 milhões para R$ 2,1 bilhões. 

Segundo apurado pela Folha de S. Paulo, a Construservice, empresa que é um dos alvos da operação, é a vice-campeã em licitações advindas da Codevasf. Começou a ter contratos com o governo federal e só recebeu recursos desta esfera a partir de 2019, portanto, quando teve início a gestão Bolsonaro. 

Sócio-oculto da empresa, Eduardo Costa Barros, o “Eduardo DP”, foi preso na operação. Ele é réu em ações nas justiças estadual e federal relativos a supostos desvios e atos de corrupção, pelos quais já foi preso. 

De acordo com o que foi apurado até o momento, o esquema teria como método criar empresas de fachada para simular disputas em licitações feitas pela Codevasf, direcionando a escolha para a Construservice. A partir daí, a verba federal, que deveria ser usada para obras, seria desviada para outros fins. 

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