Voto com Orgulho registra 222 pré-candidaturas LGBT+

Sudeste e Sul concentram maior parte das candidaturas, sendo que a esquerda somam quase 80%.

A urna eletrônica foi o logo da 26a. parada LGBT+ de São Paulo, no dia 19 de junho. Foto: Cezar Xavier

O número de pré-candidaturas de pessoas LGBTI+ e aliadas à causa para as eleições de 2022 totaliza 222 registros no Programa Voto com Orgulho, coordenado pela Aliança Nacional LGBTI+ e outros grupos. O número de pessoas aliadas chega a 14, representando 6% do total.

Das 222 pré-candidaturas, o Estado de São Paulo (42) se destaca dos demais, seguido por Paraná (26), Minas Gerais (23) e Rio de Janeiro (22). Proporcionalmente Paraná e Rio se destacam no número de pré-candidaturas em relação a população de cada um dos estados. Esses quatro estados representam a metade do total de pré-candidaturas.

Novamente, as pessoas cis lésbicas, gays e bissexuais representam 75% das pré-candidaturas. Por outro lado, chama atenção que os 25% de pessoas trans chegam agora a 55, sendo 4 homens trans, 31 mulheres trans, 14 travestis e 6 pessoas não binárie.

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Quanto à escolaridade, o programa observa que 87% (193) possuem ao menos ensino superior, sendo 49 completos e 67 incompletos, somados a 40 pessoas com especialização, 29 com mestrado e 8 com doutorado. Contudo, quando olha a renda, a distribuição não se repete: apenas 68 pessoas (30%) possui renda acima de R$ 4.180,01. Grande parte das pessoas pré-candidatas (44%) ganha até 2 salário-mínimo por mês, sendo 8 até R$ 300,00, 10 até R$ 600,00, 26 até 1.100,00, 36 até R$ 2.090,01 e 19 delas não possuem qualquer tipo de renda.

Quanto ao cargo pretendido, são 131 pessoas pré-candidatas para deputada/o estadual e 72 para federal.

Por fim, quando ao perfil político-partidário, a abrangência da esquerda (136) e centro esquerda (39) representa quase 80% das pré-candidaturas. Centro direita e direita somam apenas 5 pessoas.

O diretor de Políticas Públicas da Aliança Nacional LGBTI+ e coordenador geral do Programa Voto Com Orgulho Cláudio Nascimento, disse estar impressionado com o quanto a comunidade vem se mobilizando para fazer-se representada nos espaços de poder. “Esses dados dão uma demonstração clara do interesse de pessoas LGBTI+ em defender a democracia e a visibilização de pautas para os direitos LGBTI. Os partidos devem ter o compromisso moral e cidadão de atuar na garantia da aprovação das candidaturas. É preciso buscar estratégias para que pessoas LGBTI+ candidatas possam participar das eleições com igualdade de condições, pois ao longo dos últimos anos observamos um cenário oposto na maioria dos partidos”.

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O presidente da Aliança Nacional LGBTI+ Toni Reis, diz que vai acompanhar a atuação dos partidos políticos na habilitação das candidaturas LGBTI+ e monitorar e avaliar como os partidos vão se comportar frente as candidaturas LGBTI+ em relação a apoio político, recursos, tempo de televisão e defesa e garantia dos direitos das candidaturas. “Nos preocupa muito a violência política e o cerceamento dos direitos políticos de candidaturas LGBTI+. É fundamental que as organizações democráticas estabeleçam estratégias de ações para enfrentar a violência política e apoiar o direito a representatividade de nossas candidaturas nos espaço de poder”.

O Programa Voto Com Orgulho é coordenado pela Aliança Nacional LGBTI+ em parceria com o Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBTI+ (Rio de Janeiro), o Grupo Dignidade (Curitiba) e conta com apoio institucional do Sinergia Instituto de Diversidade Sexual de Minas Gerais, da Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, a União Nacional LGBT, Rede Trans, Sleeping Giants Brasil, Associação de Famílias Homotransafetivas (ABRAFH), Fórum Nacional de Pessoas Trans Negras (FONATRANS), Ong Internacional Transparência Eleitoral e a Global Equality Caucus.

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