Lideranças do MDB boicotam convenção que oficializa Tebet à Presidência
Não estiveram presentes, por exemplo, o senador Renan Calheiros (AL), e o presidente da sigla no Ceará, ex-senador Eunício Oliveira, ambos defensores do apoio do partido à pré-candidatura de Lula já no primeiro turno
Publicado 27/07/2022 15:30 | Editado 27/07/2022 16:31

A convenção virtual do MDB que oficializou a candidatura da senadora Simone Tebet à Presidência da República contou com as ausências de diversas lideranças da sigla nos estados. Não estiveram presentes, por exemplo, o senador Renan Calheiros (AL), e o presidente da sigla no Ceará, ex-senador Eunício Oliveira, ambos defensores do apoio do partido à pré-candidatura de Lula já no primeiro turno.
Outras lideranças importantes da sigla no Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro e Pará não compareceram à convenção virtual cujo pedido de adiamento foi rejeitado pelo ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Edson Fachin.
Tebet disse aos seus apoiadores que a escolha de uma candidatura de centro era a alternativa de pacificar o país.
“Hoje é o dia do encontro exigido pela história. A história está nos convocando ao diálogo, à ação. Nossos alicerces estão abalados pela polarização, que está nos levando ao abismo. Apenas nós, o centro democrático, temos a legitimidade para dizer que temos a capacidade de pacificar e unir o Brasil. O Brasil nunca precisou tanto desse partido histórico”, discursou.
Leia mais: Quem são os líderes do MDB que apoiam Lula
A convenção acabou não indicado o vice na chapa de Tebet. Incialmente, estava cotado o nome do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que preferiu guardar decisão formal dentro do seu partido. Com isso, a outra aposta é o nome da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA).
“O Brasil nunca precisou tanto desse partido histórico, da nossa voz e da nossa força. O nosso amor incondicional que vai destruir esse ódio e unificar o Brasil. Democracia já, democracia sempre”, disse Simone no evento que ainda acontece.

Resistência
O senador Calheiros, que apostou no adiamento da convenção, disse que as pesquisas eleitorais vão consolidando a vantagem de Lula nos dois turnos e reafirmando que as demais candidaturas estão “empoçadas”.
“Há um ano esse quadro é absolutamente estável e nada mudou. A pré-candidatura do MDB continua marcando passo ou em queda livre em algumas sondagens. Levar o partido para esse cadafalso eleitoral e, sacrificar seus quadros competitivos, é desaconselhável”, disse Calheiros antes do encontro.
Com a presença do ex-presidente Lula, Eunício Oliveira usou suas redes sociais para informar sobre a convenção conjunta que o MDB fará com o PT no próximo sábado (30) no Ceará. O PT rompeu com o PDT e decidiu lançar o deputado estadual Elmano de Freitas ao governo daquele estado.
A presença de Lula é também uma deferência a uma parte da legenda que apoia a sua candidatura. Inicialmente, o PT negociava o apoio à reeleição da atual governadora Izolda Cela (PDT), mas o diretório estadual do PDT preferiu lançar o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio.