Com todos os biomas afetados, desmatamento cresceu 20% em 2021

Relatório indica que 98% das áreas desmatadas apresentam indícios de ilegalidade; 97% do desmatamento em 2021 foi por pressão da agropecuária.

Foto: Agência Brasil

A rede colaborativa, formada por ONGs, universidades e startups de tecnologia, MapBiomas divulgou o Relatório Anual de Desmatamento no Brasil (RAD) em que aponta que o desmatamento em 2021 aumentou 20% em relação ao ano anterior. O desmatamento total no Brasil foi de 16.557 km². Fora isso, 69.796 alertas de desmatamento foram detectados.

Ao contrário do que se pensa, todos os biomas foram atingidos, mas a Amazônia continua com a principal área devastada. A porcentagem da área total desmatada em cada bioma no país foi de:

  1. Amazônia 59%;
  2. Cerrado 30,2%;
  3. Caatinga 7%;
  4. Mata Atlântica 1,8%;
  5. Pantanal 1,7%;
  6. Pampa 0,1%.
Imagem: MapBiomas

Ilegalidade e pressão agropecuária

O desmatamento continuou sendo uma atividade essencialmente ilegal em 2021. A área desmatada com indícios de ilegalidade foi de 98%. O principal vetor de pressão foi a agropecuária, registrada em 97% de todos os desmatamentos.

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Outro dado alarmante aponta que 40,5% dos territórios indígenas tiveram desmatamento, com o número de 232 terras com pelo menos um evento de desmatamento em 2021.

As unidades de conservação também foram afetadas com 167 mil hectares desmatados, aumento de 24% em relação a 2020. A área devastada em unidades de conservação representa 10,1% do desmatamento total do país.

Impunidade

De acordo com o coordenador do MapBiomas, Tasso Azevedo, em seu Twitter: “O desmatamento aumentou 20% no Brasil em 2021. Crescimento em todos os biomas. Em 3 anos a área derrubada chegou a 42 mil km², quase um estado RJ. Mais de 98% com indícios de ilegalidade. Só 27% foi fiscalizado. Impunidade reina”.

“O Brasil não precisa derrubar uma árvore”

O ex-presidente Lula, pré-candidato e líder nas pesquisas de intenção de voto para a presidência da república, tem pregado respeito ao meio ambiente e já falou: “Esse país não vai mais derrubar árvore para criar gado, para plantar cana ou plantar soja ou milho. Esse país vai aprender que a questão climática é uma questão muito séria”.

Esse respeito está expresso nas diretrizes do seu programa de governo Vamos Juntos pelo Brasil, da chapa Lula-Alckmin. A diretriz 49 do programa estabelece: “Vamos combater o uso predatório dos recursos naturais e estimular as atividades econômicas com menor impacto ecológico. Para isso, será necessário recuperar as capacidades estatais, o planejamento e a participação social fortalecendo o Sistema Nacional de Meio Ambiente e a Funai. Reafirmamos o nosso compromisso com as instituições federais, que foram desrespeitadas e sucateadas por práticas recorrentes de assédio moral e institucional”.