Lula quer “devolver as três refeições que o Bolsonaro tirou da mesa dos brasileiros”

Em entrevista, ex-presidente garante Auxílio Emergencial em 2023, geração de empregos e recuperação do respeito internacional ao país

Em entrevista publicada nesta quinta-feira (18) pelo jornal Estado de Minas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou suas primeiras ações de governo, caso seja eleito, e as prioridades emergenciais. A entrevista é concedida por ocasião do primeiro comício que fará na campanha, em Belo Horizonte. Ele estará ao lado do seu vice na chapa, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, e do candidato ao governo de Minas Gerais, Alexandre Kalil, para o Ato pela Democracia, às 18h, na Praça da Estação, símbolo de resistência e ponto de encontro do debate democrático no estado.

Com o encurtamento da campanha deste ano, Lula explicou que começa por Minas pela dimensão e importância econômica e populacional do estado. Ele pretende voltar ao norte do estado, no Vale do Aço. “Esta é uma eleição para selar o compromisso dos brasileiros com a democracia, com a paz, com a inclusão social, com nossa soberania e independência”.

Durante a entrevista, Lula também enfatizou a coordenação nacional que fará, mas faz falta no atual governo, assim como o caráter participativo de seu governo, em oposição ao autoritarismo de Bolsonaro. “[Vamos] Devolver os empregos que ele e o Guedes fizeram desaparecer. Devolver aos nossos jovens a possibilidade de acabarem seus estudos e entrarem numa universidade, para serem o que quiserem ser. E devolver o Brasil ao posto de país respeitado internacionalmente, atraindo investimentos produtivos, que atua pela paz, pela solidariedade, que protege seu meio ambiente. Um Brasil que volte a nos dar orgulho”, completou.

“Vou trabalhar desde o primeiro minuto para cuidar do povo brasileiro, conversando com os governadores, com os prefeitos, com as universidades, com os sindicatos, os empresários. E, trabalhando junto com a sociedade, ouvindo todos, aí vai ser possível devolver a cada homem e a cada mulher as três refeições que o Bolsonaro tirou da mesa dos brasileiros.”

Assim como nos 13 anos de governos progressistas, ouvirá os diferentes segmentos da sociedade para definir as políticas públicas. Logo no início do governo, se reunirá com os governadores para que eles sinalizem as prioridades em infraestrutura em cada estado.

Lula disse que trabalhará para gerar empregos, melhorar a educação pública, valorizar o salário mínimo e cuidar para que o povo viva melhor, como viveu em suas gestões anteriores. O ex-presidente afirmou, também, que manterá o Auxílio Brasil, a partir de 2023, no valor de R$ 600, com a urgência de cuidar de quem está sofrendo insegurança alimentar, agora.

“Já o Bolsonaro, depois de 3 anos e meio sem fazer nada, decidiu tentar enganar o povo nas vésperas da eleição. O que tenho a dizer para quem está recebendo auxílio financeiro é para pegar o dinheiro, porque precisam disso, e votar para tirar esse incompetente da Presidência”, declarou.

Lula criticou a demora para compra de vacinas e a gestão da pandemia pelo governo Bolsonaro, e disse que Bolsonaro e seus apoiadores mentem, distorcem e manipulam mentiras. Ele não acredita que o povo acredita nele. “Ele trabalha direito? Ele trabalha? Porque ele não governa, faz palhaçada nas redes sociais, anda de moto, de jet ski, conta mentira no cercadinho. Quando o país precisou de alguém sério na pandemia, ele foi para a TV contar mentira e fazer piada sobre gripezinha, histórico de atleta”. 

Lula ainda criticou o fato de Bolsonaro abusar da máquina pública para iludir o povo antes da eleição e jogas as contas para o próximo mandato. Também lembrou como estimulou a investigação e o combate a corrupção em seu governo, enquanto Bolsonaro decreta sigilo de cem anos em documentos, desmontou mecanismos de controle, interferiu na Polícia Federal, tenta neutralizar a Lei de Acesso à Informação.

“Nada que é público deve ser segredo – o que é o exato oposto do que Bolsonaro diz e faz. Então, o meu compromisso primeiro é acabar com sigilos. Depois, voltar a fortalecer as instituições que acompanham as contas públicas e investigam o que está errado”.