Atacar urnas é justificativa para possível derrota, fala Gilmar Mendes

O ministro do STF também disse em entrevista que golpe e defesa de golpe são crimes, em referência aos empresários que defenderam medida em grupos de mensagem.

Ministro Gilmar Mendes. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Na segunda-feira (22), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, em agenda no Recife (PE), falou que os ataques às urnas podem ser uma justificativa para uma possível derrota nas eleições 2022.

A fala faz referência a Jair Bolsonaro (PL), ainda que não o tenha citado nominalmente neste trecho. O presidente tem sistematicamente levantado dúvidas sobre o resultado das eleições, auditoria das urnas e já chegou a defender voto impresso. Em nenhuma oportunidade Bolsonaro comprovou as suas acusações contra as urnas.

O ministro lembrou que nunca existiu indicativo de fraude às urnas eletrônicas. Para Mendes, os grupos e movimentos populistas que atacam o sistema eleitoral se unem em torno dessa mensagem como desculpa para uma possível derrota ou para justiçar “coisa do tipo”.

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Na oportunidade, o ministro Gilmar, agora citando Bolsonaro, disse que o presidente já venceu inúmeras eleições pelas urnas eletrônicas como deputado federal, sem reclamação de fraude.

Empresários e golpe

Sobre os oito empresários que defenderam o golpe caso o ex-presidente Lula vença às eleições Gilmar falou que golpe é crime, defesa do golpe é crime e reações das instituições devem ocorrer.

Na manhã desta terça-feira (23), o ministro do STF Alexandre de Moraes deu ordem para que a Polícia Federal cumprisse mandados de busca e apreensão nas residências dos oito empresários: Afrânio Barreira Filho (Coco Bambu), Ivan Wrobel (construtora W3), José Isaac Peres (Multiplan), José Koury (Barra World Shopping), Luciano Hang (lojas Havan), Luiz André Tissot (grupo Sierra), Marco Aurélio Raymundo “Morongo” (Mormaii), Meyer Nigri (Tecnisa).

Com informações de agências