Na reta final, campanha de Lula foca em reduzir abstenção

Ex-presidente ressalta que quem não vota “não tem autoridade moral de cobrar” os governantes; campanha busca vitória ainda no primeiro turno.

"Tudo o que o nosso principal adversário quer é que o povo não compareça para votar”, alertou Lula, durante ato em Grajaú, zona sul paulista Foto: Ricardo Stuckert

Na reta final da eleição mais importante dos últimos 37 anos, a campanha do ex-presidente Lula (PT) muda o tom e foca em levar os eleitores às urnas e intensifica a ofensiva contra a abstenção.

Participando ativamente de atividades de rua e mutirões, o discurso do ex-presidente busca encerrar a eleição logo no 1º turno, tendo em vista que as últimas pesquisas indicam chances de vitória.

No sábado (24), por exemplo, Lula participou de um ato no Grajaú, zona sul de São Paulo, onde pediu aos eleitores que compareçam aos locais de votação no dia 2 para poderem cobrar os eleitos.

Leia também: Pesquisa Quaest: 21% podem mudar voto por causa do debate

“Qual o problema de a gente não votar? Se a gente não votar, perde autoridade moral de cobrar. Então, vejam, é importante comparecer. A gente não pode ter 20% de abstenção, 10% de voto nulo. É importante a gente convencer nesses próximos dias cada pessoa a ir votar. Compareçam e votem. Escolha sua deputada, seu deputado, seu governador, seu senador e seu presidente. Para, depois, você ter o direito de cobrar das pessoas”, declarou Lula durante o evento.

Na última quinta (22), em entrevista concedida ao Programa do Ratinho (SBT), já havia feito um apelo. “Você que não gosta de ninguém, por favor, vá para a urna, vote, escolha quem você acredita que vai consertar esse País, mas vote. Se você não for votar, não vai poder cobrar nada de ninguém.”.

A equipe do ex-presidente também acena ao eleitor idoso. Ainda no dia 22, Lula se reuniu com representantes de associações de idosos e aposentados para tentar reduzir a abstenção no primeiro turno. Como eleitores com mais de 70 anos não são obrigados a votar, a ideia foi fazer acenos concretos e incisivos para convencê-los a sair de casa em 2 de outubro.

Leia também: Debate de presidenciáveis na Globo: que horas começa e como assistir?

“Vamos recriar o Ministério da Previdência Social”, disse Lula durante encontro. “Nós [idosos] precisamos ter motivação para viver e precisamos construir”. “E a motivação é a gente se sentir útil, participar da atividade política, dar palpite nas coisas, se interessar pelo que acontece. Se a gente não se interessa, nem o nosso neto ouve a gente”.

“Não é um voto obrigatório. Precisamos, então, conquistar e dar motivação nesta mobilização por uma forte consciência nacional. Depois, ouvir e assumir compromissos presentes em nosso programa de governo”, disse um dos coordenadores da campanha, ex-governador Wellington Dias (PT-PI), à Folha de S. Paulo.

Leia também: Lula se prepara para o debate da Globo em busca da vitória no 1º turno

O debate desta quinta-feira (29), na TV Globo, é o último em que a lei eleitoral permite comícios e marca o fim da propaganda eleitoral no rádio e na TV.

A partir de então, até a véspera das eleições só estão autorizadas carreatas, caminhadas e distribuição de material. O uso de alto-falantes e carros de som com o jingle dos candidatos também é permitido.

Autor