Lula ressalta orgulho do Nordeste e critica Bolsonaro pela gestão da pandemia e volta da fome

Em Guarulhos (SP), Lula esteve com Haddad e Alckmin. Em seu discurso o ex-presidente falou que Bolsonaro “poderia ter salvado 400 mil vidas” na pandemia e que a fome voltou ao país.

Foto: Ricardo Stuckert

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou nesta sexta-feira (7) de uma caminhada na cidade de Guarulhos (SP), em frente à Catedral Diocesana Nossa Senhora da Conceição. Esteve acompanhado do candidato ao governo de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e do candidato a vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).

Em seu discurso, Lula relembrou a fala de Bolsonaro associando o Nordeste ao analfabetismo pela ampla vitória do ex-presidente na região.

“Tem alguém que tem parentesco com nordestino? O genocida [Bolsonaro] deu uma declaração que o povo do Nordeste vota em mim porque o povo do nordeste é analfabeto”, lembrou Lula.

Na sequência o ex-presidente falou que somente nos governos do PT foi pensado em levar universidades para o Nordeste: “O povo do Nordeste não é melhor formado porque o único governo que pensou levar universidade para o Nordeste foi Lula e Haddad ministro da educação.”

E completou: “Se tem uma pessoa nesse país que tem um pingo de sangue nordestino não pode votar em um genocida, mentiroso e agressivo como ele que não respeita o nordeste brasileiro. Eu tenho orgulho de ter nascido em Pernambuco, na cidade de Garanhuns. Tenho orgulho de ter construído a minha vida política em São Paulo. Eu devo a São Paulo a minha profissão e tudo o que eu ganhei na vida e o meu DNA é de nordestino retirante”, disse.

Salário mínimo e preços

Durante o ato, o candidato do PT falou que em seu governo o país chegou a ser a 6º economia do mundo e o salário mínimo era reajusta todos os anos acima da inflação.

“Quando a gente aumentava o salário mínimo o aposentado tinha reajuste e agora faz 4 anos que não aumenta o salário mínimo, não tem reajuste para os aposentados e não se reajusta neste país nem a merenda escolar.”

Nessa linha, Lula disse que Bolsonaro “achacou” o povo o ano inteiro com aumento nos combustíveis, gás de cozinha e energia elétrica e, agora, tenta baixar os preços para “ganhar a consciência do povo”, visando as eleições. Por outro lado, o ex-presidente afirmou que irá trabalhar para a redução de preços de forma permanente.

“Quando chegar em janeiro ele [Bolsonaro] não está mais no governo e ele sabe que nós vamos baixar o preço porque o povo precisa ter energia elétrica barata, o gás deve fazer parte da cesta básica do povo brasileiro e sabe que os nossos companheiros que têm carro, que tem moto, que dirigem, não podem ficar pagando pedágio e combustível a preço do olho.”

Volta da fome

O  ex-presidente ainda ressaltou a volta da fome no Brasil, condição que combateu em seu governo com o programa Fome Zero:

“A gente tinha acabado com a fome nesse país e a fome voltou. A gente tinha acabado com a miséria absoluta e ela voltou. Portanto companheiras e companheiros se preparem, faltam apenas 20 e poucos dias para esse país voltar a sorrir”, disse Lula.

Pandemia

Sobre a gestão da pandemia de covid-19, Lula atribuiu a Bolsonaro parte das mortes e indicou que o presidente não gosta do povo.

“Ele [Bolsonaro] poderia ter salvado 400 mil vidas, mas resolveu brincar com a pandemia. Resolveu dizer que não acreditava, demorou para comprar a vacina e hoje ele carrega nas costas metade das pessoas que morreram, que se deve a irresponsabilidade dele. Por isso precisamos tirar ele de lá e colocar alguém que goste de povo”, afirmou Lula.