Uruguaios vão às ruas contra cortes do orçamento no ensino superior

Como no Brasil, estudantes vão as ruas de Montevidéu contra os cortes nas universidades.

Cerca de 50.000 pessoas participaram nesta quinta-feira (6) da marcha “pela educação pública” convocada pela Coordenadoria dos Sindicatos Docentes do Uruguai (CSEU) e liderada pelos sindicatos das escolas secundárias que estiveram envolvidos na ocupação das escolas secundárias.

Os sindicatos afirmam que o corte salarial na Administração Nacional de Educação Pública (ANEP) foi de 150 milhões de dólares, enquanto no caso da Universidade da República (Udelar) 7% do orçamento acabou sendo perdido.

As manifestações no país vizinho ocorrem simultaneamente aos protestos estudantis no Brasil, contra o contingenciamento de orçamento para a educação superior. Na sexta-feira, em meio a pressão das ruas e a disputa à reeleição de Jair Bolsonaro, o governo brasileiro desistiu dos cortes.

A concentração em Montevidéu, que aconteceu na esplanada da Udelar, ocupou mais de dois quarteirões da Avenida 18 de Julio, a rua mais importante da cidade.

Sob o lema “Não se dê o mesmo. Vamos defender a Educação Pública!” A marcha apresentou como destino o entorno do Poder Legislativo para denunciar cortes nos diferentes níveis de ensino.

Nesse sentido, o presidente da Associação de Professores de Udelar (ADUR), Héctor Cancela, assegurou que um dos eixos centrais da manifestação é mostrar a rejeição ao baixo orçamento definido no Relatório de Prestação de Contas.

Por sua vez, o secretário da Federação Nacional dos Professores do Ensino Médio (Fenapes), Emiliano Mandacen, destacou que foi uma “marcha maciça para que haja áreas de negociação real.

O dirigente acrescentou que “esta é a prova do isolamento que a transformação educativa tem em relação aos principais atores da educação e esperamos que nas próximas horas se instalem verdadeiros espaços de negociação”.