Moscou nomeia novo general em meio a explosão em ponte estratégica

O Ministério da Defesa da Rússia nomeou o general Sergey Surovikin como comandante das forças russas que lutam na Ucrânia, a terceira nomeação no espaço de uma semana.

O general da Força Aérea Sergei Surovikin foi nomeado o novo comandante geral das forças russas engajadas na Ucrânia, de acordo com um comunicado do Ministério da Defesa. Esta é a terceira nomeação militar sênior de Moscou no espaço de uma semana. A mudança segue a demissão relatada no início desta semana dos comandantes de duas das cinco regiões militares da Rússia.

Surovikin tinha experiência de combate nos conflitos dos anos 1990 no Tajiquistão e na Chechênia e, mais recentemente, na Síria, onde Moscou interveio em 2015 ao lado do governo de Bashar al-Assad.

O início da invasão russa não ocorreu sob um comando unificado, pois havia cinco grupos diferentes do exército, cada um liderando operações autônomas, devido às distâncias e falta de tecnologia da informação. Isso vai mudar sob a liderança de Surovikin na guerra, um sinal de que a partir de agora a operação se concentrará em uma área específica, o que representa um encolhimento da operação da Rússia.

Na sexta-feira, Moscou disse que suas forças capturaram terreno na região leste de Donetsk – a primeira reivindicação de novos ganhos, desde as últimas perdas de território para Kiev. Donetsk, parcialmente controlada por separatistas apoiados pelo Kremlin, há anos, é um prêmio importante para as forças russas, que enviaram tropas para a Ucrânia em 24 de fevereiro.

Ataque à infraestrutura russa

A nomeação ocorre no momento em que ocorre uma explosão de caminhão em uma estrada paralela à ponte da Crimeia do lado da Península de Taman às 6h, horário local. Como resultado, duas faixas desabaram parcialmente e três pessoas foram encontradas mortas até agora. Acredita-se que sejam passageiros de um carro que estava perto do caminhão que explodiu. Os corpos de duas vítimas, um homem e uma mulher, já foram recuperados da água.

O comitê antirretorista russo disse que a explosão causou o colapso de duas seções da ponte e um trem pegou fogo, acrescentando que o incidente é visto como “um ato terrorista” e “um ato de guerra” na Rússia.

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Os investigadores também estabelecem os detalhes do caminhão e seu proprietário, registrado na região de Krasnodar, no sul da Rússia, e começaram a procurar seu local de residência.

Os russos ainda estão tentando entender o que aconteceu, pois a ponte é uma importante linha de abastecimento entre a Rússia continental e a Crimeia e que os russos poderiam ter que depender muito de balsas para transporte, após o incidente.

No entanto, o Ministério da Defesa da Rússia já garantiu que suas tropas que lutam nas regiões de Mykolaiv, Kryvyi Rih e Zaporizhia, no sul da Ucrânia, podem receber todos os suprimentos de que precisam por meio de corredores terrestres e marítimos existentes. O tráfego na ponta também já foi retomado.

A ponte transportava uma enorme quantidade de tráfego rodoviário e ferroviário, crucial para o exército russo se abastecer na Crimeia. A ponte foi fortemente protegida não apenas pelo exército e pela marinha russos, mas também pela guarda presidencial pessoal do presidente Vladimir Putin. Não se entende ainda como o incidente ocorreu, nessas condições de proteção.

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O incidente foi um grande golpe para a conexão logística econômica e militar da Rússia com a Crimeia. Embora haja comemorações na Ucrânia, há tensão também sobre o tipo de resposta que Moscou dará ao ataque.

A Crimeia voltou à Rússia depois que quase 97% dos eleitores apoiaram a medida no referendo de março de 2014. Após a reunificação, a Rússia começou a construir uma ponte ferroviária para ligar a península ao continente. A ponte da Crimeia é a mais longa da Europa, com quase 12 milhas.

Veja imagens da Aljazira com a explosão na ponte:

Estoque de armas americanas

Os Estados Unidos em breve não poderão fornecer à Ucrânia certos tipos de munição essenciais para a batalha de Kyiv contra a invasão da Rússia, já que os suprimentos estão sendo usados ​​mais rapidamente do que podem ser substituídos.

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Washington se tornou de longe o maior fornecedor de armas para a Ucrânia desde que a Rússia lançou a invasão em 24 de fevereiro, com mais de US$ 16,8 bilhões em assistência militar fornecida desde aquela data.

Washington está “aprendendo lições” do conflito sobre as necessidades de munição em uma guerra de grandes potências, que são “muito maiores” do que o esperado, reconheceu um oficial militar dos EUA sob condição de anonimato, segundo a agência de notícias AFP.

Com informações da Aljazira