Anderson Torres é preso acusado de facilitar ação

Ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF, teve prisão determinada após se tornar suspeito de envolvimento nos ataques aos Três Poderes.

Anderson Torres Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres foi preso na manhã deste sábado (14) pela Polícia Federal, assim que desembarcou em Brasília, vindo da Flórida (EUA), onde também se encontra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Torres era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal quando ocorreram a invasão e depredação do Palácio do Planalto, do Congresso e do STF por bolsonaristas radicais, em 8 de janeiro, que defendem um golpe para derrubar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A prisão de Torres foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, na terça-feira (10), e confirmada pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). Pelas redes sociais, Torres disse que se entregaria, embora tenha ido aos EUA sem registrar seu nome completo.

A suspeita é que Torres, em conjunto com setores da Polícia Militar do DF e de militares, tenha atuado para facilitar a ação dos bolsonaristas. Ele foi nomeado por Ibaneis Rocha (MDB), governador do DF que também foi afastado do cargo pela Justiça após os atentados, assim como o comandante da PM do DF, coronel Fábio Augusto Vieira, que também foi preso.

A Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de Torres, em Brasília. No local, foi encontrada uma minuta de um decreto para instaurar estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e mudar o resultado das eleições de 2022.

Torres assumiu a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal depois de deixar o Ministério da Justiça, tornando-se o responsável pelo comando da segurança pública do DF quando a depredação aconteceu.

Torres nega conivência

Horas após os atos terroristas em Brasília, na madrugada do dia 9 de janeiro, Anderson Torres se pronunciou pelas redes sociais, repudiou os ataques e negou conivência com os vândalos bolsonaristas.

“Lamento profundamente que sejam levantadas hipóteses absurdas de qualquer tipo de conivência minha com as barbáries que assistimos”, escreveu.

Após a decretação da prisão e busca em sua residência, Torres informou que interromperia as férias nos EUA e voltaria ao Brasil para preparar sua defesa.